No sétimo volume da série, Sandman - Vidas Breves (Conrad, 2007), escrito por Neil Gaiman e desenhado
por Jill Thompson, somos apresentados à irmã mais nova de Morpheus, Delírio,
que procura vários de seus irmãos perpétuos a fim de ajudá-la a encontrar seu
irmão favorito, Destruição, que não é visto há mais de 300 anos. Um relutante
Morpheus decide acompanhar Delírio e no caminho encontramos deuses esquecidos e
os antigos, humanos imortais que estão vivos desde a aurora dos tempos e que
começam a morrer de forma misteriosa em acidentes inexplicáveis durante a
busca.
Uma coisa legal deste volume é
que conhecemos mais os perpétuos, que têm um mais papel central na história,
destaque para os diálogos loucos de Delírio e o sempre não confiável Desejo. Muito
bom também é o cachorro falante de Destruição, Barnabé, com seu humor negro e
frases cáusticas.
Mas o personagem que mais me
fascinou nesta história foi Desespero, cujo reino é uma constante tarde nublada
e gélida com névoa cobrindo todo o solo infestado de ratos, com milhares de
janelas mostrando cenas desesperadoras em todo o universo. Veja a narração de
Desespero para Delírio de uma cena repugnante vista de uma das janelas:
(Delírio) – Quem é esse?
(Desespero) – Gerente de supermercado no Nebraska.
Ontem sua esposa descobriu uma coleção de fotos pornográficas na garagem. A
maioria mostrava criancinhas envolvidas em vários atos sexuais com adultos. Ela
reconheceu o marido e a sobrinha de 5 anos. A mulher foi embora e levou as
fotos. Ele teme que já estejam com a polícia. Agora, ele está na sala de estar.
Sabe que sua vida terminou e se pergunta se tem coragem para acabar de vez com
ela. Não tem. Não é lindo?
(Delírio) – É legal. Acho. Pra quem curte
essas coisas.
Neste volume também acontece o
encontro final entre Morpheus e a cabeça de seu filho Orfeu, que terá sérias
repercussões no fim da série. Termino mostrando abaixo como seria minha visão
de uma das janelas do reino de desespero, que pra mim seria uma televisão
ligada em uma tarde de sábado ou domingo no Brasil.
É ou não é desesperador? |
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