quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sandman – Vidas Breves

No sétimo volume da série, Sandman - Vidas Breves (Conrad, 2007), escrito por Neil Gaiman e desenhado por Jill Thompson, somos apresentados à irmã mais nova de Morpheus, Delírio, que procura vários de seus irmãos perpétuos a fim de ajudá-la a encontrar seu irmão favorito, Destruição, que não é visto há mais de 300 anos. Um relutante Morpheus decide acompanhar Delírio e no caminho encontramos deuses esquecidos e os antigos, humanos imortais que estão vivos desde a aurora dos tempos e que começam a morrer de forma misteriosa em acidentes inexplicáveis durante a busca.

Uma coisa legal deste volume é que conhecemos mais os perpétuos, que têm um mais papel central na história, destaque para os diálogos loucos de Delírio e o sempre não confiável Desejo. Muito bom também é o cachorro falante de Destruição, Barnabé, com seu humor negro e frases cáusticas.

Mas o personagem que mais me fascinou nesta história foi Desespero, cujo reino é uma constante tarde nublada e gélida com névoa cobrindo todo o solo infestado de ratos, com milhares de janelas mostrando cenas desesperadoras em todo o universo. Veja a narração de Desespero para Delírio de uma cena repugnante vista de uma das janelas:

(Delírio) – Quem é esse?
(Desespero) – Gerente de supermercado no Nebraska. Ontem sua esposa descobriu uma coleção de fotos pornográficas na garagem. A maioria mostrava criancinhas envolvidas em vários atos sexuais com adultos. Ela reconheceu o marido e a sobrinha de 5 anos. A mulher foi embora e levou as fotos. Ele teme que já estejam com a polícia. Agora, ele está na sala de estar. Sabe que sua vida terminou e se pergunta se tem coragem para acabar de vez com ela. Não tem. Não é lindo?
(Delírio) – É legal. Acho. Pra quem curte essas coisas.




Neste volume também acontece o encontro final entre Morpheus e a cabeça de seu filho Orfeu, que terá sérias repercussões no fim da série. Termino mostrando abaixo como seria minha visão de uma das janelas do reino de desespero, que pra mim seria uma televisão ligada em uma tarde de sábado ou domingo no Brasil.


É ou não é desesperador?



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