sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A Magia da Realidade

A Magia da Realidade (Companhia das Letras, 2013), é o novo livro de divulgação científica de Richard Dawkins, biólogo britânico mundialmente famoso e autor de obras como O Gene Egoísta, O Relojoeiro Cego, Desvendando o Arco-Íris, A Escalada do Monte Improvável, A Grande História da Evolução, O Maior Espetáculo da Terra e Deus, Um Delírio, entre diversos outros livros e documentários. Nesta nova empreitada ele é apoiado pelas ricas ilustrações de Dave Mckean que é conhecido pelas capas da série Sandman e os desenhos de Asilo Arkham, Violent Cases, Orquídea Negra, Hellblazer, entre muitos outros trabalhos. Neste livro os desenhos estão em total harmonia com o texto e não estão lá como mera ornamentação, sendo imprescindíveis para a compreensão dos conceitos apresentados. O livro é voltado para um público mais jovem, mas os adultos também aproveitarão muito bem a leitura, que é indicada para todos que gostam de ciência e tem curiosidade em saber como o mundo e o universo realmente funcionam. Nesta época em que proliferam com tanta força o fanatismo religioso e a pseudociência, o lançamento de um livro como este é um alívio e mantém a esperança de um futuro onde haverá mais sanidade.

Richard Dawkins continua sua incansável luta contra o fanatismo religioso e as pseudociências, mas adota uma tática diferente e sutil ao iniciar cada capítulo narrando como o homem antigo explicava o fenômeno através de lendas e mitos, dando exemplos retirados de lendas de tribos africanas, aborígenes, indígenas, passando pelas mitologias nórdica, egípcia, greco-romana, chinesa, japonesa, judaico-cristã, entre outras, terminando com a atual explicação científica para o tema abordado. Com esta estratégia Dawkins mostra que não existe nada de especial nos mitos que ainda persistem em nossos tempos quando os comparamos aos mitos antigos e muitas vezes esquecidos de culturas que nos precederam, e que o método científico foi o que nos possibilitou revelar a face real do universo, que se provou mais fantástico que qualquer lenda criada pela humanidade. A palavra magia do título não tem nada a ver com algo sobrenatural, mas sim, com o deslumbramento que traz a compreensão da natureza e de como ela funciona:

O terceiro significado de magia é aquele que tenho em mente no título: a magia poética. Uma música bonita pode nos comover até as lágrimas, e por vezes dizemos que uma apresentação foi “mágica”. Fitamos as estrelas numa noite escura sem lua, longe das luzes da cidade, e, deslumbrados, dizemos que é uma visão de “pura magia”. Poderíamos usar esta mesma palavra para descrever um maravilhoso pôr do sol, uma paisagem dos Alpes ou um arco-íris no céu. Nesse sentido, “mágico” significa profundamente comovente, estimulante, algo que nos deixa arrepiados e nos faz sentir plenamente vivos. O que espero mostrar a você neste livro é que a realidade – os fatos do mundo real como são compreendidos através dos métodos da ciência – é mágica neste terceiro sentido, o sentido poético, o sentido de que é bom estar vivo.

Outra coisa muito bem desenvolvida no livro foi a relação entre as diversas áreas da ciência e como uma descoberta realizada há séculos possibilita novas descobertas inimagináveis no futuro. Há um capítulo por exemplo em que ele nos descreve as experiências de Isaac Newton com óptica, em que este demonstrou que um prisma decompõe a luz em suas partes constituintes, e como essa aparentemente banal experiência nos permitiu descobrir a composição química de planetas e estrelas distantes, observar a expansão do cosmos e postular a origem do universo através do Big Bang.

O livro é dividido em doze capítulos:
1) O que é realidade? O que é magia?
2) Quem foi a primeira pessoa?
3) Por que existem tantos tipos de animais?
4) Do que são feitas as coisas?
5) Por que temos noite e dia, inverno e verão?
6) O que é o sol?
7) O que é um arco-íris?
8) Quando e como tudo começou?
9) Estamos sozinhos?
10) O que é um terremoto?
11) Por que coisas ruins acontecem?
12) O que é um milagre?

No capítulo 2, “Quem foi a primeira pessoa?”, é sensacional o experimento mental em que ele nos explica a evolução, nos pedindo para imaginar uma pilha onde colocaríamos as fotos de nossos pais, avós, bisavós, e assim por diante, regredindo no tempo milhões de anos em nossa linhagem.
  



No capítulo 7, “O que é um arco-íris?”, através dos desenhos de Dave McKean finalmente entendi de verdade como se forma um arco-íris.



Destaco também o capítulo 10, “O que é um terremoto?” onde aprendemos a teoria das placas tectônicas e o que causa um terremoto, através da analogia da escada rolante.


A edição está caprichada, impressa em papel especial e encadernada com capa dura, em formato grande (25 x 19,5 cm), respeitando todo o layout da edição original em inglês e com preço sugerido de apenas R$ 54,00, muito pouco para a qualidade gráfica do livro. Um excelente presente para crianças, jovens e até mesmo adultos para dar nas festas de fim de ano, principalmente se você se importa com a sanidade deles.

Muita coisa permanece envolta em mistério, e não é provável que um dia desvendemos todos os segredos de um universo vasto como o nosso. Porém armados com a ciência, podemos pelo menos fazer perguntas sensatas e significativas e reconhecer respostas dignas de crédito quando as vir. Não precisamos inventar histórias implausíveis. Temos o prazer e o entusiasmo da verdadeira investigação e descoberta científica para manter nossa imaginação na linha. E isso, no fim das contas, é mais emocionante que a fantasia.



quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Aplicativo "Verbos em Espanhol" para Android

O espanhol é uma língua muito fácil de entender, mas muito difícil de falar e escrever corretamente. Quem estuda espanhol sabe que a parte mais difícil é o inferno da conjugação dos verbos, que chega a ser ainda mais difícil que o português, com alguns tempos verbais que não existem em nossa língua. São centenas de verbos irregulares que ficam irreconhecíveis se você não está familiarizado com eles. Pior ainda, diferentemente do falante nativo da língua portuguesa, o falante nativo do espanhol realmente utiliza estes tempos verbais em seu dia-a-dia, e se você não utilizar também, ficará parecendo uma criança falando. Caso não queira comprar um conjugador de verbos em espanhol, o aplicativo para dispositivos Android “Verbos em espanhol” cai como uma luva. Funciona off-line e ainda dá a definição da palavra em português.




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Nós vamos morrer, e isto nos torna afortunados

Richard Dawkins, o grande biólogo e divulgador da ciência, afirmou em alguns de seus livros e documentários que tem dois desejos para quando chegar a hora de morrer: 1) Que seus últimos momentos sejam gravados, para que não façam nenhuma acusação infundada de conversão religiosa antes do derradeiro momento, como maldosamente fizeram com Charles Darwin; 2) Que ao invés da cerimônia religiosa e leitura dos trechos bíblicos de praxe, seja realizada uma despedida simples com a presença de seus amigos e familiares mais próximos e que seja lido o trecho abaixo retirado de seu livro Desvendando o Arco-Íris:


Nós vamos morrer, e isto nos torna afortunados. A maioria das pessoas nunca vai morrer, porque nunca vai nascer. As pessoas potenciais que poderiam estar no meu lugar, mas que jamais verão a luz do dia, são mais numerosas que os grãos de areia da Arábia. Certamente esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores que Keats, cientistas maiores que Newton. Sabemos disso porque o conjunto das pessoas possíveis permitidas pelo nosso DNA excede em muito o conjunto das pessoas reais. Apesar dessas probabilidades assombrosas, somos você e eu, com toda a nossa banalidade, que estamos aqui.



Richard Dawkins
Gostaria de deixar registrado meu desejo de que seja realizada a leitura deste texto no meu enterro também, pois nunca se sabe quando a hora vai chegar...












sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Dreams, by Langston Hughes

O poema Dreams, do poeta americano Langston Hughes, foi um dos primeiros textos em inglês que tive contato e um dos mais marcantes também. Curto, simples, sem palavras pomposas, vai direto ao ponto. Uma lição para a vida. Lembre-se dele antes das decisões mais difíceis que tiver que tomar.








Dreams, by Langston Hughes
Hold fast to dreams
For if dreams die
Life is a broken-winged bird
That cannot fly

Hold fast to dreams
For when dreams go
Life is a barren field
Frozen with snow


Sonhos
Não desista de seus sonhos
Pois se os sonhos morrem
A vida é um pássaro de asas quebradas
Que não pode voar

Não desista de seus sonhos
Pois quando os sonhos se vão
A vida é um campo estéril
Congelado com neve






quarta-feira, 20 de novembro de 2013

The Elephant Vanishes

The Elephant Vanishes (Vintage Books, 2003) é uma coletânea de contos do escritor japonês Haruki Murakami, que é mais conhecido por seus romances, principalmente o fantástico 1Q84, lançado no Brasil ano passado e que o tornou mundialmente conhecido. As histórias de Haruki Murakami em sua maioria são ficções urbanas com elementos fantásticos e um fatalismo introduzidos de forma sutil. São centradas em pessoas comuns que tem suas vidas dramaticamente alteradas por algum evento estranho, inexplicável, misterioso, que inicia uma sequência da acontecimentos que mudará a vida dos personagens de forma irreversível, impiedosa e às vezes até sem sentido, como na vida real. Eles lutam, resistem, ponderam, mas a força irresistível dos eventos, muitas das vezes aleatórios, subjugam o indivíduo, que se adapta ou sucumbe. As lições às vezes não são claras ou a única lição que permanece é a de que devemos seguir em frente não importa as dificuldades que a vida impõe, nem o que o destino nos reserva de antemão. Estamos sozinhos, o mundo não gira à nossa volta e os obstáculos tem que ser superados ou contornados, mas sempre aparecerão, e nem sempre o final será feliz. São 17 contos com temáticas variadas em que o fantástico é o fio condutor.

Entre os contos que mais gostei estão:

The Wind-Up Bird and Tuesday’s Woman - Narra um dia na vida de um homem que está recebendo misteriosas ligações de uma mulher que não conhece e empreende uma verdadeira jornada pelos recantos mais escondidos se sua vizinhança em busca do gato de sua esposa. Este conto posteriormente foi expandido e transformado em romance pelo autor.
The Second Bakery Attack - Um casal acorda no meio da noite com fortes dores no estômago e uma fome alucinante que só cessará quando assaltarem um MC Donald’s e quebrarem o que pensam ser uma antiga maldição.
On Seeing The 100% Perfect Girl One Beautiful April Morning - Parece ser uma releitura moderna do mito apresentado por Platão em um dos diálogos de O Banquete, onde o filósofo explica o amor como a busca pela metade perdida.
Sleep - Narra as transformações na vida de uma mulher que descobre que não precisa mais dormir nem se sente mais cansada, mesmo após dias inteiros de vigília. Ela passa a viver sua vida normal durante o dia e ter uma vida paralela à noite, quando pode fazer o que quiser com seu tempo, até que um acontecimento imprevisível pode pôr tudo a perder. Uma reflexão sobre a vida que temos e a vida que gostaríamos de ter se tivéssemos mais tempo, e de como os acontecimentos aleatórios podem ter terríveis consequências.
Barn Burn - Um homem conhece uma pessoa com a estranha compulsão por incendiar celeiros de fazendas. Após a revelação de que ele queimará em breve uma fazenda próximo a sua casa, ele parte em uma busca para saber que fazenda será e tentar entender este estranho passatempo.
A Window - Um funcionário de uma empresa de aconselhamento literário por cartas que resolve se demitir e conhecer sua mais promissora aluna. Após a experiência, passa sua vida refletindo sobre o que poderia ter feito ao observar a casa dela da janela do metrô.
A Slow Boat to China - Um homem tentando relembrar o primeiro contato que teve com um chinês, acaba percebendo o impacto que algumas pessoas oriundas deste país tiveram em sua vida.
The Dancing Dwarf - Um anão com fantásticas habilidades como dançarino aparece no sonho de um homem e lhe faz uma proposta irrecusável para que este consiga conquistar a mulher por quem está apaixonado, mas o acordo pode não ser o que ele esperava.
The Elephant Vanishes - Conto que dá nome à coletânea, a história se passa em um subúrbio em expansão de uma cidade e acompanha a perplexidade das autoridades e da população após o desaparecimento sem deixar vestígios de um elefante mantido às custas da prefeitura após a falência de um zoológico. Um homem obcecado pelo elefante e que coleciona todas as notícias que já saíram na imprensa sobre o animal talvez saiba a resposta, mas esta o deixa cada vez mais intrigado.

Mas meus contos preferidos e que considero imperdíveis são estes dois:

The Little Green Monster - Sensacional conto em que temos uma mulher passando o tempo observando seu jardim quando surge um pequeno monstro das profundezas da Terra, com dentes afiados, coberto de escamas verdes, poder de ler pensamentos e olhos estranhamente humanos. O pequeno monstro entra na casa e revela estar observando-a há muito tempo e que desconsiderando o conselho de seus pares, resolve encontrá-la e declarar... que está apaixonado! O monstro é afetado pelos pensamentos bons e ruins das pessoas. O final é tocante. Uma parábola sobre como as aparências enganam e como nossos sentimentos podem machucar até mesmo aqueles que nos querem bem. A reciprocidade não é a regra nas relações humanas e talvez seja melhor não esperar a compreensão alheia, por mais puras que sejam nossas intenções, sob pena de nos ferirmos ou nos decepcionarmos seriamente.
The Silence - Outro conto excelente em que acompanhamos um homem conversando com um amigo e relembrando o ódio que sentia quando era adolescente pelo aluno mais popular da escola, que só ele percebia ser um mau caráter. Ele dá uma surra no rapaz, que se vingará anos depois se aproveitando de um acontecimento dramático que fará com que toda a escola vire as costas para o protagonista após todos serem manipulados por seu desafeto. A forma como ele reage ao desprezo dos professores e alunos e as consequências que os acontecimentos tiveram sobre sua vida oferecem uma valiosa reflexão. Outra lição da narrativa é expor a tendência que temos em nos deixar levar pelas aparências e como somos manipulados ao seguir um líder carismático.


Haruki Murakami
Os livros de Haruki Murakami estão sendo publicados no Brasil pela Alfaguarra, que já publicou os romances Minha Querida Sputnik, Após o Anoitecer, Kafka à Beira-Mar, Norwegian Wood, os dois primeiros livros de 1Q84 e o livro de não-ficção Do Que Eu Falo Quando Falo de Corrida. Torço muito para que lancem logo em português The Elephant Vanishes e outros livros da vasta obra deste fantástico autor, que está sempre entre os mais cotados a receber o Prêmio Nobel de Literatura.


Livros de Haruki Murakami publicados no Brasil pela Alfaguarra

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Imobilismo em Movimento

Imobilismo em movimento (Companhia das Letras, 2013), de Marcos Nobre, professor de filosofia do IFCH-Unicamp e pesquisador do Cebrap, é um livro que faz uma análise sobre a política e a economia do Brasil do período que vai da redemocratização até os dias de hoje, com foco no PMDB e seu papel como força conservadora que até hoje estaria freando o desenvolvimento pleno do país. Segundo o autor, a influência exercida pelo PMDB cria um modo de fazer política no Brasil que ele chama de “pemedebismo” que é a busca a qualquer custo dos governantes por alianças amplas que possibilitariam a “governabilidade”.

O primeiro capítulo, Do declínio do nacional-desenvolvimentismo à estabilização: 1979-94, é uma análise, com foco na economia, dos primeiros anos da redemocratização. Acompanhamos a criação dos principais partidos políticos atuais, a criação da Constituição de 1988, a luta contra a inflação e a conjuntura nacional e internacional que possibilitaram a criação do Plano Real e a estabilização econômica do Brasil.

O segundo capítulo, A desigualdade no centro da disputa: o sistema político polarizado dos anos FHC, fala sobre os bastidores do Plano Real, a ascensão de Fernando Henrique Cardoso ao poder e seus dois mandatos como presidente. Acompanhamos o tumultuado início do Real, as reformas, as privatizações e os choques provocados por sucessivas crises econômicas internacionais no final do segundo mandato. No plano político, o apoio do PMDB a FHC e a polarização da política nacional entre o PSDB do presidente e o PT, que realizou uma ferrenha oposição ao governo no período. Foi o período de luta pela consolidação da estabilização econômica proporcionada pelo Real e pela redução das desigualdades sociais, esta finalmente recebendo destaque, ainda que tímido, na política nacional.

No terceiro capítulo, O social-desenvolvimentismo e o fim da polarização: de Lula a Dilma, acompanhamos a chegada de Lula ao poder, seus dois mandatos e os primeiros anos de governo de Dilma Rousseff. Com o Real consolidado, o Brasil passa a focar no combate à pobreza, em um período que o país conseguiu grande crescimento econômico com redução das desigualdades sociais, mesmo após a crise internacional de 2008. No plano político vamos da tentativa inicial de governar sem uma aliança ampla com o PMDB até o escândalo do mensalão. Forte golpe na imagem do PT, o escândalo do mensalão foi determinante para a entrada do PMDB no governo e apesar de ter impedido um provável processo de impeachment do presidente Lula e ter possibilitado sua reeleição e a sucessão por Dilma Rousseff, deixou cicatrizes profundas na política nacional.

O último capítulo, Considerações finais, perspectivas: as revoltas de Junho e tendências do novo modelo de sociedade, temos especulações sobre as perspectivas do futuro e uma tentativa de explicar as manifestações por todo o Brasil a partir de junho de 2013. Segundo o autor estas manifestações são um reflexo do descontentamento da população com o ritmo lento das mudanças no país e com a forma de fazer política personificada no pemedebismo, ou seja, a busca por apoio amplo e o leilão de cargos no governo como forma de garantir este apoio.

No final temos o anexo “Pemedebismo” e “lulismo”: um debate com André Singer, sobre as divergências do autor com a análise política de André Singer, professor do departamento de ciência política da USP, no livro Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador (Companhia das Letras, 2012). Apesar do título do anexo, nada tem de debate já que apenas apresenta suas críticas à referida obra, sem participação do outro autor no texto, mas deixa um link do youtube para quem quiser assistir em vídeo a um debate entre os dois realizado em outra ocasião.


O livro é uma boa análise da história política e econômica recente do Brasil, mas parece defender uma tese que particularmente não concordo, que é a de que a busca por apoio e consenso é uma coisa ruim para a democracia. Acho que na realidade esta é a essência da democracia e em nossa sociedade tão apática politicamente, sem uma opinião pública influente, não há outra opção para governar. É muita ingenuidade pensar que seria possível governar sem alianças. Todos concordam que o Brasil tem muitos problemas e que suas soluções dependem de reformas drásticas em determinadas áreas, então, como seria possível estas mudanças em um Governo que esteja em guerra com o Congresso? Como um Governo aprovaria o orçamento e as leis necessárias para a implementação de seus projetos? Todo presidente é um refém do Congresso e mesmo com a força do início do mandato e apoio da opinião pública, ainda assim ele depende de resultados para governar e boas intenções sozinhas não são o suficiente. Você pode cruzar os braços e se negar a manter o diálogo em nome da integridade ideológica, então verá seu governo engessado, afundando em resultados ruins e ficará reclamando da falta de apoio, de como a política nacional é podre, como a mídia é manipuladora e como o povo é ingrato. Estará atolado até o pescoço em crises e no primeiro escândalo envolvendo algum membro de seu governo (e eles sempre ocorrerão, já que não se pode garantir a integridade dos milhares de pessoas nos cargos que são de sua responsabilidade direta ou indireta), se verá em um processo de impeachment, será execrado pela opinião pública e tachado de incompetente.


Quando se tem um país para administrar e tocar para a frente, não tem jeito. Você terá que trabalhar com o que tem à mão, e não existe um Congresso composto somente de Senadores e Deputados íntegros e favoráveis ao seu Governo pelo bem da nação, nem um quadro de milhões de servidores públicos honestos, motivados e interessados em colaborar com suas ideias e pôr em prática seus projetos apenas porque estes são muito bons e mudarão o Brasil para melhor. Os interesses pessoais, a incompetência e a corrupção são uma realidade e não adianta ficar parado reclamando e clamando por mudanças pois estas levam gerações e cabe a quem estiver no poder hoje aparar as arestas e canalizar tudo isto de forma que as boas ideias se tornem realidade. Talvez não da forma ideal ou mais eficiente, mas da forma possível de acordo com as regras do jogo, dialogando e buscando o apoio aos seus projetos, cedendo às vezes quando dentro de limites éticos, mas sempre em busca da justiça, da melhoria na qualidade de vida da população e da diminuição das desigualdades. Caso estes bens sejam alcançados, o esforço foi válido.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Hawkeye Vol. 1: My Life As a Weapon

Hawkeye Vol. 1: My Life As a Weapon (Marvel Comics, 2013), escrito por Matt Fraction e desenhado por David Aja, é a encadernação dos cinco primeiros números da série Hawkeye, personagem dos Vingadores conhecido aqui como Gavião arqueiro.

Existe um ditado nos quadrinhos que diz que não existe personagem ruim, mas sim, escritores ruins, e isto cai como uma luva para esta nova série do Gavião Arqueiro. O que me fez parar de ler revistas em quadrinhos de super-heróis foram as super-ultra-mega-sagas caça-níqueis que as editoras inventam e que se estendem por várias revistas. Você gasta um dinheirão mensalmente acompanhando as suas revistas favoritas, com seus escritores e desenhistas favoritos e então é obrigado a comprar um monte de revistas ruins mas que são a continuação da história. Esta nova série do Gavião Arqueiro está me fazendo considerar seriamente a voltar a acompanhar os quadrinhos da Marvel, já que vai para o seu terceiro encadernado nos EUA (em novembro de 2013 sai Hawkeye #14) e até agora não está envolvida em nenhuma mega-saga.

Hawkeye subverte o padrão dos quadrinhos de super-heróis mostrando o que ele faz quando não está sendo um super-herói. O que ele faz quando está de folga? Como se relaciona com seus vizinhos? Com seu cachorro? É interessante acompanhar um cara que faz parte do mais poderoso supergrupo do planeta, que tem um deus, um monstro, um cara com uma armadura tecnológica super-avançada, um que aumenta de tamanho até se tornar um gigante ou encolhe até o tamanho de uma formiga, caras que voam, que tem super-força, entre vários outros superpoderes, quando sua única habilidade é manejar com precisão um arco-e-flecha. Um cara que trabalha salvando o mundo de ameaças galácticas e quando volta para casa, quase morre nas mãos de uma gangue de imigrantes russos que querem despejar ele e seus vizinhos do prédio em que vivem. Mas acredite, esta nova abordagem está produzindo histórias sensacionais e nunca pensei que o Gavião Arqueiro pudesse ser um personagem tão legal e fácil de se identificar. Destaque para o meu personagem favorito, pizza dog, que é o cachorro vira-lata que ele adota e que até ganha uma história sob o seu ponto de vista (é isto mesmo, uma história sob o ponto de vista de um cão!). A série tem cenas hilárias, como quando ele chama o Tony Stark, o gênio da tecnologia mais conhecido como Homem-de-ferro, para consertar seu videocassete.

Tony Stark ajudando a instalar um DVD


Melhor quadrinho da Marvel Comics da atualidade, é produto da nova fase da editora, a Marvel Now!. Esta é a revitalização de todos os personagens da editora, que criou novas séries, cancelou outras e zerou as capas de todas as revistas. Chega em novembro ao Brasil pela Panini, que está fazendo um ótimo trabalho por aqui na distribuição das HQs da Marvel e da DC. Infelizmente a série não sairá em encadernados, mas em uma revista mensal dividida com o Capitão América, e pra piorar, com uma capa horrorosa do Capitão desenhada pelo John Romita Jr. para o nº 1, e não uma das belíssimas capas de David Aja,que ganhou o Prêmio Eisner de melhor capista em 2013.


Quem souber ler em inglês poderá comprar Hawkeye Vol. 1: My Life As a Weapon e suas sequências, Hawkeye Vol. 2: Little Hits e Hawkeye Vol. 3: L.A. Woman, na Amazon (edição Kindle ou impressa) pelos aplicativos da Marvel Comics para Android ou IOS, ou no website da Livraria Cultura.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O questionário de Marcel Proust

Sabe aqueles dias em que a monotonia e a falta de inspiração dominam seu espírito e você não consegue fazer nada? Nada te alegra, nada te anima; você não quer ler um livro, ver um filme, sair, trabalhar, nada, e a vida parece sem sentido?
Para estes dias em que a imaginação nos abandona e a felicidade parece tão distante, o grande escritor francês Marcel Proust tinha um questionário na cabeceira que ele tentava responder para ganhar inspiração para um novo dia. Não se preocupe se as respostas mudarem conforme o tempo, pois assim somos, pessoas diferentes com interesses diferentes em cada fase de nossas vidas. Quando estiver entediado e desanimado com a vida, tente preencher este questionário, que retirei do livro Escribir sobre uno mismo: Todas las claves para dar forma literaria al material biográfico (Alba Editorial, 2002), da escritora espanhola Silvia Adela Kohan:


1) Qual é para você o auge da felicidade?
2) Onde gostaria de viver?
3) Seu ideal de felicidade terrena?
4) Por quais falhas sente mais indulgência?
5) Quais são seus heróis de romances preferidos?
6) Na história, qual é seu personagem favorito?
7) Suas heroínas favoritas da vida real?
8) Suas heroínas da ficção?
9) Seu pintor favorito?
10) Seu músico favorito?
11) Que qualidade prefere em um homem?
12) Que qualidade prefere em uma mulher?
13) Sua virtude preferida nos demais?
14) Sua ocupação favorita?
15) Quem teria gostado de ser?
16) A principal falha de seu caráter?
17) O que mais aprecia em seus amigos?
18) Seu é seu principal defeito?
19) Seu sonho de felicidade?
20) Qual seria a maior infelicidade?
21) Quem gostaria de ser?
22) Sua cor favorita?
23) Sua flor favorita?
24) Seu pássaro favorito?
25) Seus autores favoritos em prosa?
26) Seus poetas favoritos?
27) Seus heróis da vida real?
28) Suas heroínas na história?
29) Seus nomes favoritos?
30) O que mais detesta?
31) Personagem histórico que mais repudia?
32) O feito militar que mais admira?
33) A revolução que mais admira?
34) Que dom da natureza gostaria de ter?
35) Como gostaria de morrer?
36) Estado presente de seu espírito
37) Seu lema?



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Interplanetary Outpost – The Human and Technological Challenges of Exploring the Outer Planets


Capa do livro Interplanetary Outpost,
de Erik Seedhouse
No livro Interplanetary Outpost – The Human and Technological Challenges of Exploring the Outer Planets, de Erik Seedhouse, acompanhamos os desafios tecnológicos de uma missão ao Sistema Solar Exterior, como é chamado o domínio dos planetas Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e suas luas, que ficam localizados além de Marte e do Cinturão de Asteroides, centenas de milhões de quilômetros do Sol. Apesar de ser inviável um pouso nestes planetas, que são gigantes gasosos sem uma superfície sólida onde se pousar e possuem diâmetro e gravidade dezenas de vezes maior que os da Terra, suas luas por outro lado são mundos a se explorar e os locais mais promissores (junto com Marte) de abrigar vida alienígena. A descoberta de uma forma de vida que surgiu de forma independente a partir de matéria inorgânica em outro lugar fora do planeta Terra a partir de processos naturais, seria a maior descoberta da história da humanidade, pois provaria que a vida pode ser um fenômeno comum no universo e lançaria luz na questão da origem da vida em nosso planeta.


Em uma época em que as agências espaciais lutam para obter recursos e vontade política para uma missão a Marte, que está localizado em nossa vizinhança planetária em uma média de 150 milhões de quilômetros da Terra, é estranho imaginar um passo muito além, até Júpiter, que fica a mais de 800 milhões de quilômetros do Sol. Por isso ao ler este livro imagino ter tido a mesma sensação de uma pessoa que no fim do século XIX e início do Século XX lia as obras de Júlio Verne e suas viagens ao centro da Terra, ao fundo do mar e à Lua. 

Nave interplanetária Nautilus-X.
O autor Erik Seedhouse leva a atual tecnologia astronáutica ao limite e imagina avanços que hoje só existem em conceito ou estão em seus em estágios iniciais de desenvolvimento, como Sistemas de Suporte de Vida Autônomos, Hibernação Humana, Sono Criogênico, Gravidade Artificial, Propulsão Iônica, Propulsão Nuclear e outros. Alguns destas tecnologia ainda são ficção científica e estão presentes em filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço, Alien - O Oitavo Passageiro, Cargo, Pandorum, Avatar e outros.

A base para o livro é a HOPE (Human Outer Planets Exploration) da NASA, uma missão-conceito desenvolvido pelo RASC (Revolutionary Aerospace Systems Concept) que descreve as novas tecnologias em propulsão, suporte de vida, comunicações, robótica, entre outras, que seriam necessárias para uma missão tripulada à lua Calisto, de Júpiter. Calisto foi escolhida como destino em detrimento da mais promissora Europa, também uma lua de Júpiter, dada sua posição mais afastada do poderoso campo magnético deste planeta gigante, que produz altíssimos níveis de radiação devido ao aprisionamento de partículas eletricamente carregadas do vento solar, que fritou os circuitos eletrônicos das primeiras sondas enviadas pelo homem para explorar o sistema jupiteriano e apresentaria mais um formidável desafio para a exploração humana. Outros destinos como Titã e Enceladus, ambas luas de Saturno, foram deixados de lado pela distância ainda maior deste planeta em relação à Terra, em média 1,5 bilhão de quilômetros do Sol, quase o dobro da distância de Júpiter.

A lua Calisto com Júpiter ao fundo.
O livro é um estudo sério sobre o tema, recheado de gráficos, fotos e dados de pesquisas em curso nos laboratórios das agências espaciais, empresas privadas e até na Estação Espacial Internacional. Para os entusiastas da exploração espacial vale a pena a leitura, que nos faz imaginar um futuro possível onde a humanidade explorará os recantos mais distantes do Sistema Solar e dará os primeiros passos que nos levarão à expansão da presença humana no universo em busca de suas origens, sua sobrevivência e da resposta à questão primordial: Estamos sós no universo?

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Leitores de eBooks para Smartphones e Tablets Android

Para quem gostou dos Dicionários off-line ColorDict e Goldendict, estas são dicas dos melhores leitores de eBooks para Smartphones e Tablets Android. Estes aplicativos são integrados com os dicionários, o que significa que ao ler aquele texto em outra língua você não precisará ter o trabalho maçante de folhear um dicionário de papel, digitar a palavra em um dicionário eletrônico ou procurar na internet todas as vezes em que não souber o dignificado de uma palavra. Basta você selecionar a palavra ou expressão e o dicionário abrirá automaticamente em outra janela.



O Moon+ Reader é um aplicativo para leitura de ebooks que suporta os formatos epub, mobi, chm, cbr, cbz, umd, fb2, txt, html, rar, zip ou OPDS. Sua versão paga, o Moon+ Reader Pro, custa R$ 10,91 e permite a leitura de livros em PDF, com integração dos dicionários ColorDict e GoldenDict também para este formato. Tem vários recursos e opções de customização de fontes, cor e textura do fundo, adição de notas, marcação de texto, marcador de página efeitos de virada de página e a opção de apresentação das capas dos livros em uma estante. Estas opções não estão disponíveis para todos os formatos de arquivo.









O ezPDF Reader é um aplicativo para leitura de ebooks em PDF, e sua versão paga, o ezPDF Reader Pro, custa R$ 9,06 e tem integração com os dicionários ColorDict e GoldenDict. Tem várias opções de customização e recursos como adição de notas, marcação de texto, marcador de página, efeitos de virada de página e a opção de apresentação das capas dos livros em uma estante. É um aplicativo muito bom para leitura de ebooks em PDF em dispositivos com telas pequenas como os smartphones, pois quando você aumenta um texto com o zoom, este se mantém quando passamos as páginas. Em outros aplicativos você tem que aplicar o zoom a cada virada de página e isso irrita com o tempo.








O FBReader é um aplicativo gratuito para leitura de ebooks que suporta os formatos epub, rtf, doc, html, fb2, mobi e txt e tem integração com os dicionários ColorDict e GoldenDict. Ele não suporta arquivos em PDF. É mais simples que os outros leitores e possui poucos recursos e opções de customização de fontes, cor e textura do fundo, marcação de texto, marcador de página e efeitos de virada de página. Não possui a opção de apresentação das capas dos livros em uma estante. É e o mais leve fácil de utilizar.
  








Agora você não tem mais a desculpa de falta de tempo para ler, pois com estes aplicativos em seu smartphone você pode aproveitar aquela fila ou aquela longa viagem de trem, metrô ou ônibus. Para quem estuda idiomas é uma ajuda e tanto para ganhar vocabulário e se manter em contato com a língua escrita.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Manifestações de junho: o povo assistiu bestializado

Proclamação da República, em novembro de 1889
Em novembro de 1889, após a Proclamação da República no Brasil sem participação popular significativa, ficou famosa a frase do jurista, abolicionista e jornalista republicano Aristides Lobo, que diante da apatia geral da população na época escreveu: “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”.  Diferentemente do que aconteceu no século XIX hoje estamos no século XXI e mais especificamente em junho de 2013, durante a realização da Copa das Confederações no Brasil, milhões de pessoas saíram às ruas em manifestações que tomaram diversas cidades do país, em um misto de insatisfação, ódio, manipulação política, oportunismo, ociosidade da juventude burguesa, entre outros sentimentos que estavam reprimidos e que foram canalizados para exigir o combate à corrupção, melhor aplicação dos recursos públicos, mais investimentos em educação, transporte público de qualidade e outras aspirações legítimas do povo brasileiro.

Manifestação no Rio de Janeiro, em junho de 2013
O sentimento de revolta surgiu e se espalhou na velocidade de uma notícia ruim pelas redes sociais, aqueles canais de comunicação por meio dos quais trocamos futilidades, e após muito quebra-quebra e a dura repressão das polícias, a maioria se cansou, a revolta passou e o povo voltou para casa. Pequenos focos de revolta aqui e ali ainda persistiram, principalmente por parte da “burguesia enfastiada”, mas estes chamaram a atenção mais pelos atos de vandalismo generalizado e violência gratuita do que pela mobilização em massa da população, como se viu no início. Ainda tivemos algumas grandes manifestações por parte dos professores da cidade do Rio de Janeiro, que chamaram a atenção para o grave problema da desvalorização do professor e da educação, mas aos poucos as coisas vão se acalmando e voltando ao normal. Ano que vem nas eleições, nós, o glorioso povo brasileiro, iremos as urnas com a mesma má vontade e despreparo de sempre e votaremos nos mesmos candidatos. Uma boa quantidade de bons candidatos e um número muito maior de candidatos ruins serão reeleitos, e duvido muito que aconteça uma renovação de sequer 5% de nossos cargos eletivos.

Teremos que votar para Presidente, Senador, Deputado Federal, Governador e Deputado Estadual, e como sempre, votaremos naquele candidato que arranjou o ônibus no dia do enterro, que nos arranjou aquela consulta no Posto de Saúde ou Hospital sem que precisássemos madrugar na fila como todo mundo, arranjou a bola e as camisas da pelada do fim de semana, enfim, naquele candidato gente boa que sempre nos ajuda e que em troca só nos pede esta porcaria que não vale nada que é o nosso voto, que somos obrigados a ir uma vez a cada dois anos putos da vida em um domingo de manhã para digitar na urna eletrônica. Alguns são tão legais que até nos pagam R$ 50,00 ou R$ 20,00 para isso! No caso de não conhecer ninguém, sempre teremos a opção de votar nos candidatos daquele panfletinho mais limpinho ou mais bonitinho que encontrarmos no chão próximo ao local de votação, jogado ali por alguém fazendo boca de urna, afinal é muito difícil escolher cinco ou seis candidatos e guardar seus números neste prazo tão curto de apenas alguns meses.

Urna eletrônica
Mas se depois disso as mudanças não acontecem na velocidade em que queremos, sempre podemos ir para as ruas protestar e até quebrar e atear fogo em tudo que ver pela frente, ou atirar pedras, coquetéis molotov e dar porrada na polícia, por que se formos presos, nada acontece já que na Delegacia estará uma equipe de advogados da OAB para defender nossos direitos. A culpa é sempre do presidente, do governador e do prefeito! Somos um país democrático e muito diferente por exemplo da Rússia, onde aqueles ativistas do Greenpeace (incluindo uma brasileira) foram presos protestando contra a exploração de petróleo no Ártico e responderão pelos crimes de pirataria, terrorismo, espionagem, invasão de territórios e outros absurdos que a justiça russa puder imputar.

Mas não me entendam mal, sou um otimista e acredito no futuro do Brasil. Vi muita coisa melhorar de verdade e acho que o Brasil de hoje é muito melhor que o de nossos pais e avós. Os avanços foram substanciais, e acreditem, o futuro do país é promissor! Apenas acho que nossa geração é uma geração perdida e que consertar as coisas de forma definitiva será uma tarefa para nossos netos e seus descendentes. Quanto às manifestações de junho, parafraseando o que foi escrito há 123 anos atrás após a Proclamação da República no Brasil: “O povo e a elite foram às ruas e participaram daquilo bestializados, atônitos, surpresos, sem conhecer o que significava”.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Dicionários Offline para Smartphones e Tablets Android

O ColorDict é um aplicativo multidicionário gratuito para o Sistema Operacional Android que você encontra na Google Play, e sua grande vantagem é que ele funciona offline.  Você deve instalar o aplicativo e então procurar os dicionários na própria loja do Google ou copiar de outras fontes, como por exemplo dicionários eletrônicos em CD, copiando os arquivos para a pasta “dictdata” que será criada no seu dispositivo.
Um dicionário imperdível para o ColorDict é o English Wordnet, que é um dicionário Inglês-Inglês que apresenta a pronúncia das palavras em inglês americano e britânico em áudio.

Para instalar os dicionários:
1) Instale o aplicativo ColorDict na Google Play;
2) Descompacte os arquivos e copie-os para a pasta “dictdata”;
3) No menu do aplicativo clique em “reindex” para adicionar os dicionários;
4) Altere a ordem dos dicionários da maneira que desejar;






O GoldenDict é um outro aplicativo multidicionário para o Sistema Operacional Android que você encontra na Google Play, e que também funciona offline.  Este aplicativo não possui uma pasta específica para os dicionários, então você pode manter todos os arquivos na pasta “dictdata” do Colordict em seu dispositivo que ele buscará automaticamente. A desvantagem é que sua versão gratuita só permite a indexação de cinco dicionários, mas a versão paga, que custa apenas R$ 10,00, permite um número ilimitado de dicionários como o ColorDict.
A sua vantagem em relação ao ColorDict é que ele suporta os dicionários do Babylon (.BGL), e você então pode utilizar o melhor dicionário de expressões em inglês que eu conheço, que é o Ivo Korytowski English-Portuguese Translator Dictionary. Este dicionário está disponível gratuitamente no Blog do autor.

Para instalar os dicionários:
1) Instale o aplicativo GoldenDict na Google Play;
2) Descompacte os arquivos e copie-os para a pasta “dictdata”;
3) No menu do aplicativo clique em “Re-scan dictionaries” para adicionar os dicionários;
4) No menu do aplicativo clique em “Manage dictionaries”;
5) Selecione um dicionário e altere a ordem da maneira que desejar;






Abaixo você encontra alguns links com dicionários para os aplicativos.

Korytowski English-Portuguese Translator Dictionary

Download:





Pacote de dicionários:
- Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
- Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa
- Michaelis Moderno Dicionário Português-Inglês
- Michaelis Moderno Dicionário Inglês-Português
- Michaelis Moderno Dicionário Português-Espanhol
- Michaelis Moderno Dicionário Espanhol-Português
- Britannica Concise Encyclopedia
- Babylon English-Portuguese

Download:




sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A Filosofia de Tyrion Lannister

A Filosofia de Tyron Lannister (Leya, 2013)
Em A Filosofia de Tyrion Lannister (Leya, 2013), temos uma seleção das melhores frases do personagem mais fascinante da série de livros As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, que deu origem a aclamada série de TV Game of Thrones, da HBO. O livro é ilustrado pelo desenhista Jonty Clark e os fãs da série televisiva vão estranhar o Tyrion retratado em suas páginas, muito diferente das feições do ator Peter Dinklage, que o interpreta na TV e é um verdadeiro galã do cinema perto da descrição do personagem nos livros. No primeiro livro da série, A Guerra do Tronos (Leya, 2010), temos a seguinte descrição do personagem:

Tyrion Lannister, o mais novo dos filhos de Lorde Tywin e de longe o mais feio. Tudo o que os deuses tinham dado Cersei e Jaime negaram a Tyrion. Era um anão, com metade da altura do irmão, lutando para acompanhar seu passo sobre pernas atrofiadas. A cabeça era grande demais para o corpo, com uma cara animalesca esborrachada por baixo de uma sobrancelha saliente. Um olho verde e um negro espreitavam sob uma cascata de cabelos corredios e tão louros que pareciam brancos.

Peter Dinklage
O livro lembra aquela série para estressados do Allan Percy e é composto por frases retiradas dos cinco livros publicados até o momento de As Crônicas de Gelo e Fogo, e foram divididas tematicamente em:

Sobre ser um anão
Sobre o poder das palavras
Sobre o romance
Sobre valores familiares
Sobre a condição humana
Sobre a música
Sobre a realeza
Sobre a arte da guerra
Sobre a arte de salvar sua pele
Sobre a arte da mentira
Sobre dragões e outros mitos
Sobre a religião

Para os fãs tanto dos livros quanto da série de TV a diversão é garantida e encontramos pérolas como:

“Nasci. Sobrevivi. Sou culpado de ser um anão, confesso. E independente de quantas vezes o meu bondoso pai tenha me perdoado, persisti na minha infância.”

“O deuses são cegos. E os homens só veem o que desejam.”

“Nunca houve um escravo que não escolheu ser escravo. Sua escolha pode ser entre a escravidão e a morte, mas a escolha sempre está ali.”