Richard Dawkins, o grande biólogo
e divulgador da ciência, afirmou em alguns de seus livros e documentários que
tem dois desejos para quando chegar a hora de morrer: 1) Que seus últimos
momentos sejam gravados, para que não façam nenhuma acusação infundada de
conversão religiosa antes do derradeiro momento, como maldosamente fizeram com
Charles Darwin; 2) Que ao invés da cerimônia religiosa e leitura dos trechos
bíblicos de praxe, seja realizada uma despedida simples com a presença de seus
amigos e familiares mais próximos e que seja lido o trecho abaixo retirado de
seu livro Desvendando o Arco-Íris:
Nós vamos morrer, e isto nos torna
afortunados. A maioria das pessoas nunca vai morrer, porque nunca vai nascer.
As pessoas potenciais que poderiam estar no meu lugar, mas que jamais verão a
luz do dia, são mais numerosas que os grãos de areia da Arábia. Certamente
esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores que Keats, cientistas
maiores que Newton. Sabemos disso porque o conjunto das pessoas possíveis
permitidas pelo nosso DNA excede em muito o conjunto das pessoas reais. Apesar
dessas probabilidades assombrosas, somos você e eu, com toda a nossa
banalidade, que estamos aqui.
Richard Dawkins |
Gostaria de deixar registrado meu
desejo de que seja realizada a leitura deste texto no meu enterro também, pois
nunca se sabe quando a hora vai chegar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário