segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Nós vamos morrer, e isto nos torna afortunados

Richard Dawkins, o grande biólogo e divulgador da ciência, afirmou em alguns de seus livros e documentários que tem dois desejos para quando chegar a hora de morrer: 1) Que seus últimos momentos sejam gravados, para que não façam nenhuma acusação infundada de conversão religiosa antes do derradeiro momento, como maldosamente fizeram com Charles Darwin; 2) Que ao invés da cerimônia religiosa e leitura dos trechos bíblicos de praxe, seja realizada uma despedida simples com a presença de seus amigos e familiares mais próximos e que seja lido o trecho abaixo retirado de seu livro Desvendando o Arco-Íris:


Nós vamos morrer, e isto nos torna afortunados. A maioria das pessoas nunca vai morrer, porque nunca vai nascer. As pessoas potenciais que poderiam estar no meu lugar, mas que jamais verão a luz do dia, são mais numerosas que os grãos de areia da Arábia. Certamente esses fantasmas não nascidos incluem poetas maiores que Keats, cientistas maiores que Newton. Sabemos disso porque o conjunto das pessoas possíveis permitidas pelo nosso DNA excede em muito o conjunto das pessoas reais. Apesar dessas probabilidades assombrosas, somos você e eu, com toda a nossa banalidade, que estamos aqui.



Richard Dawkins
Gostaria de deixar registrado meu desejo de que seja realizada a leitura deste texto no meu enterro também, pois nunca se sabe quando a hora vai chegar...












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