sábado, 21 de maio de 2016

How We’ll Live On Mars, de Stephen L. Petranek

How We’ll Live On Mars é um interessante livro sobre a possibilidade de uma missão tripulada ao planeta Marte ainda na próxima década. O autor Stephen L. Petranek é um recordista de visualizações do TED talks, e neste trabalho do selo A TED Original, apresenta algumas possibilidades para a realização de tal projeto, dando ênfase à exploração privada do espaço.

As dificuldades para se levar seres humanos para o planeta vermelho são muitas. Começando pela viagem de aproximadamente 8 meses de ida pelo espaço profundo, sem a proteção da magnetosfera terrestre contra o vento solar, recebendo por este tempo prolongado todo o poder destrutivo dos raios cósmicos, além dos efeitos da falta de gravidade, e tendo que contar somente com os suprimentos de ar, comida e água da nave. O total da viagem contando o tempo de permanência no planeta e a viagem de volta, ultrapassaria 2 anos. Tal projeto, além de arriscado, custaria dezenas de bilhões de dólares, e nestes tempos de crise econômica mundial, poucos países parecem dispostos a bancar tal empreitada. É aí que entra a iniciativa privada.

Stephen L. Petranek
Novos empreendedores da indústria astronáutica, em especial o sul africano naturalizado americano Elon Musk, parecem dispostos a tal. Musk e sua empresa Space X já fornecem transporte de suprimentos à Estação Espacial Internacional com sua nave Dragon e seu foguete Falcon, em um contrato bilionário com a NASA. Até o final da década a nave Falcon também fará o transporte de astronautas, tornando os EUA novamente independentes no setor, já que desde a aposentadoria dos ônibus espaciais, dependem das naves Soyuz russas. Ele também está desenvolvendo o Falcon Heavy, que será o maior foguete em operação no mundo, e que poderia levar ao espaço uma Falcon aprimorada para a viagem ao planeta vermelho. O empresário já declarou que o objetivo final de sua empresa é a exploração e colonização de Marte, e dados os seus fantásticos avanços, poucos duvidam de que irá conseguir.

Elon Musk, da Space X
Mais que um sonho, a exploração de Marte é uma necessidade para a humanidade. É essencial que nos tornemos uma civilização multiplanetária para a sobrevivência da vida da Terra no longo prazo, e nos livrar de vez do risco de extinção por alguma catástrofe na biosfera terrestre. Uma colônia no planeta vermelho poderia se tornar um novo polo de desenvolvimento tecnológico e servir de base avançada da humanidade na exploração dos recursos minerais quase ilimitados do cinturão de asteroides e do Sistema Solar exterior. A busca de vida em Marte e em outros planetas e luas também poderia nos responder à pergunta fundamental se estamos sozinhos no universo.

A NASA, que sempre projetou para 20 ou 30 anos no futuro a realização de tal missão tripulada, pela primeira vez corre o risco de ser ultrapassada; não por outra agência espacial, mas sim, por uma nova geração de visionários da iniciativa privada, livres das limitações orçamentárias, políticas e burocráticas dos governos.

Veja a palestra no TED em que o autor fala sobre o assunto:



Também é possível ver a palestra no website do TED, basta configurar as legendas em português, clicando aqui.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Eu, Lápis, de Leonard Read

Eu, Lápis (I, Pencil), é um famoso ensaio escrito pelo economista Leonard Read, fundador da Foundation for Economic Education (FEE) [Fundação para a Educação Econômica], sobre a complexidade e, por que não dizer, da beleza do livre mercado. É uma fantástica metáfora sobre o funcionamento da economia moderna, explicando para o público leigo como são complexas as interações entre os diversos agentes econômicos e a impossibilidade do planejamento central de uma economia, tudo através da genealogia de um simples lápis.

Nunca paramos para pensar, mas é impossível para um ser humano sozinho fabricar um simples lápis. É atordoante pensar na quantidade de pessoas que trabalharam para fabricar este simples objeto feito de madeira, grafite, borracha e metal: o lenhador que derrubou a árvore, quem fabricou as ferramentas e quem preparou o almoço do lenhador; os mineiros que retiraram o grafite das minas, aqueles que transportaram o grafite para a fábrica, os que fabricaram o caminhão que transportou a carga e os que prepararam o grafite e o moldaram no formato correto; aqueles que extraíram o metal de uma mina, a siderúrgica que preparou a liga metálica; os que extraíram a borracha de uma seringueira, e a prepararam, moldaram, transportaram e a encaixaram em seu lugar; são milhões de pessoas espalhadas por vários países do mundo!

Leonard E. Read
A esmagadora maioria destas milhões pessoas não tem a menor ideia de que uma ínfima, ainda que fundamental parte de seu tempo está sendo usado na fabricação de um mero lápis. Ninguém coordena, nem muito menos comanda esta multidão de pessoas e este gigantesco aparato logístico; somente as forças do mercado, que guiam os interesses individuais de cada envolvido na fabricação deste simples objeto, que compramos por um preço irrisório em uma papelaria.

O escrito de Read ficou famoso ao ser citado pelo economista Milton Friedman no documentário Free to Choose [Livre para Escolher] e é mais atual do que nunca nestes tempos em que os governos interferem cada vez mais na economia sob o pretexto de corrigir as falhas de mercado, com resultados catastróficos no desenvolvimento econômico, nas liberdades individuais e no bem-estar da população.

O artigo pode ser lido na íntegra no website da FEE (em inglês) clicando aqui.

Se preferir, o artigo pode ser lido também na íntegra e traduzido para o português na página do Instituto Ludwig von Mises Brasil clicando aqui.

Este é o vídeo feito pela FEE, dublado em português pelo Instituto Rothbard Brasil:



Este é um trecho do documentário Free to Choose, de Milton Friedman, que tornou famoso o ensaio de Leonard Read:


domingo, 15 de maio de 2016

Guerra do Velho, de John Scalzi

O livro Guerra do Velho (Old Man’s War, 2005), de John Scalzi, é uma das melhores ficções cientificas já publicadas, lançado agora no Brasil pela excelente editora Aleph. A história se passa em um futuro onde a humanidade se espalhou por vários sistemas estelares, e se deparou com várias raças alienígenas no caminho, as vezes cooperando e as vezes guerreando com elas. Mas a Terra permanece mais ou menos como a conhecemos hoje, pois toda tecnologia futurista está nas mãos das Forças de Defesa Colonial, que defende os interesses humanos nas diversas guerras empreendidas em outros planetas no espaço. É aí que vem a ideia central e mais interessante da trama: os soldados recrutados são idosos de 75 anos!

Ao completar a idade de 75 anos, todo cidadão pode escolher se alistar nas Forças de Defesa Colonial e lutar pela humanidade no espaço. Para isso, receberá um novo corpo, jovem e aperfeiçoado, mas deverá servir em um exército e lutar por 2 anos prorrogáveis por mais 8, e nunca mais poderá voltar para a Terra, se tornando um colono em alguma das várias colônias da humanidade no espaço após terminar o seu tempo de serviço – se sobreviver, é claro. O problema é que ninguém na Terra sabe exatamente o acontece lá fora, e as guerras no espaço podem ser bem mais difíceis e sangrentas do que qualquer um pode imaginar, com perigos que ninguém jamais poderá prever.

John Scalzi
Apesar do tema aparentemente lúgubre do livro, sua maior qualidade é o humor. O protagonista John Perry é hilário e tem sempre uma tirada engraçadíssima nas mais variadas situações, seja diante da entediada funcionária do centro de alistamento, no duro treinamento dos futuros soldados – com um instrutor escrotíssimo que lembra aquele do clássico “Nascido para matar”, do Stanley Kubrick –, e até nas batalhas mais bizarras que você já terá visto.

Guerra do Velho é uma história fechada, mas devido ao sucesso estrondoso teve mais seis continuações, e segue em The Ghost Brigades, The Last Colony, Zoe's Tale, The Human Division e The End of All Things; há também duas histórias curtas: The Sagan Diary, e After the Coup. Existe uma série de TV em produção no canal SyFy baseada em The Ghost Brigades, passada no universo do livro, e a Paramount comprou os direitos para uma futura adaptação cinematográfica. Torço para que o livro seja um sucesso de vendas no Brasil e que a editora Aleph possa publicar as continuações em nosso país.

Veja a resenha do livro em um vídeo da equipe da editora Aleph:



Aqui você pode ver uma mensagem do autor John Scalzi para os fãs brasileiros:



Acompanhe também o excelente Canal do YouTube da Editora Aleph, com lançamentos de livros, resenhas, notícias e muita coisa interessante.