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sábado, 24 de setembro de 2016

Trees, de Warren Ellis e Jason Howard

Trees (Image Comics) é uma nova série de quadrinhos de ficção científica escrita por Warren Ellis (Transmetropolitan, Planetary, Global Frequency, RED) e desenhada por Jason Howard (Super Dinosaur, Astonishing Wolf-Man). A série está em andamento e após vários atrasos encontra-se no nº 14 – publicado com 8 meses de atraso em relação ao nº 13! Duas edições encadernadas já foram lançadas.

Warren Ellis
A história se passa em um futuro próximo, 10 anos após uma estranha invasão alienígena. Nada de naves espaciais com ETs malignos matando pessoas com raios laser para destruir a humanidade e conquistar o planeta. Em Trees a descoberta de que não estamos sozinhos no universo veio com o surgimento de gigantescos artefatos alienígenas em forma de haste com vários quilômetros de altura, chegando até o espaço. Estas estruturas foram apelidadas de “árvores” (trees em inglês) e ninguém faz a menor ideia do que são; estão espalhadas pelo globo sem um padrão aparente e ignorando completamente a presença humana no planeta. Após o choque inicial, a humanidade acaba se acostumando à presença das misteriosas estruturas alienígenas – até favelas surgem ao redor delas no Rio de Janeiro! –, quando após anos em silêncio total, coisas estranhas começam a ocorrer e pela primeira vez surgem sinais de atividade nestes intrigantes objetos.

Jason Howard
No início da trama temos uma eletrizante sequência de ação em uma favela carioca ao redor de uma das estruturas, em que traficantes de drogas são perseguidos por uma polícia de pacificação altamente tecnológica, que utiliza drones em suas ações. As outras subtramas se passam em uma Nova York invadida pelas águas após a chegada das árvores; uma área cultural especial criada ao redor de uma árvore, chamada de Cidade de Shu, na China; uma Itália dominada por gangues fascistas, onde vive um misterioso professor aposentado; um incidente internacional envolvendo tropas militares russas nas árvores da Somália; e um grupo de cientistas em uma estação de pesquisas no ártico que parecem estar descobrindo o segredo por trás da recente atividade das árvores ao redor do mundo.

A trama criada por Warren Ellis é instigante e os desenhos de Jason Howard estão fabulosos. Há muitos mistérios na série que prendem completamente nossa atenção, com muitas conspirações e segredos guardados por alguns personagens, mas o principal deles ainda parece longe de uma resposta: afinal, o que são estas malditas árvores e qual é a intenção dos seus criadores? Espero que acabem os atrasos na série e que possamos saber algumas destas respostas em breve. Infelizmente ainda não há previsão de publicação no Brasil, e os interessados em ler a série terão que adquirir a versão digital na Comixology ou loja Kindle da Amazon; ou comprar os encadernados, que podem ser encontrados à venda no site da Amazon.com.br.





terça-feira, 28 de outubro de 2014

Fase 3 da Marvel nos Cinemas


Depois de deixar todos com água na boca com o trailer de Vingadores: A Era de Ultron, a Marvel Studios deixa todos loucos novamente com o anúncio dos filmes da fase 3 de seu universo cinematográfico. Veja os lançamentos previstos:







Avengers: Infinity War - Part I - 4 de maio de 2018
Avengers: Infinity War - Part II - 3 de maio de 2019
Finalmente os Vingadores enfrentarão o vilão Thanos. Muito provavelmente eles somarão forças com os Guardiões da Galáxia, no terceiro e quarto filmes da superequipe da Marvel.



Captain America: Civil War - 6 de maio de 2016
Capitão América e Homem de Ferro se enfrentam no terceiro filme do Sentinela da Liberdade. Evento especulado há anos para o terceiro filme dos Vingadores acontecerá na verdade no terceiro Capitão América.



Doctor Strange - 4 de novembro de 2016
A magia entra no universo cinematográfico da Marvel no filme do maior mago dos quadrinhos, que provavelmente será vivido pelo ator inglês Benedict Cumberbatch.



Guardians of the Galaxy 2 - 5 de Maio de 2017
O segundo filme dos Guardiões da Galáxia é antecipado para uma nova data.



Thor: Ragnarok - 28 de julho de 2017
O terceiro filme do deus do trovão finalmente é anunciado e será a adaptação da saga Ragnarok dos quadrinhos do Thor.



Black Panther - 3 de novembro de 2017
A DC Comics anunciou o filme do Ciborgue, que seria o primeiro filme de um super-herói negro nesta nova fase de adaptações de quadrinhos, mas a Marvel foi lá e anunciou o filme do Pantera Negra que será lançado antes do filme da rival. O ator Chadwick Boseman viverá o herói no cinema, e também foi apresentada uma arte conceitual:





Captain Marvel - 6 de julho de 2018
A DC Comics anunciou o filme da Mulher-Maravilha e em resposta a Marvel anuncia a Capitã Marvel. A Capitã Marvel será a Carol Denvers.



Inhumans - 2 de novembro de 2018

Quem não tem X-Men vai de Inumanos mesmo! O filme tão especulado dos Inumanos vai finalmente acontecer e talvez eles ainda farão uma participação no quarto filme dos Vingadores.


Mas o próximo filme é o Vingadores: A Era de Ultron. Confira o trailer:



segunda-feira, 21 de julho de 2014

ComiXology

O ComiXology é uma loja virtual de quadrinhos com aplicativos para Android, iOS e Windos 8, que permite a compra de dezenas de milhares de revistas em quadrinhos digitais de dezenas de editoras. Além das grandes editoras dos Estados Unidos, como Marvel Comics, DC Comics, Image, e várias outras, você encontra muitas editoras menores e publicações independentes também. São séries mensais, edições especiais, graphic novels, arcos de histórias fechadas, coletâneas, singles, e muitos outros quadrinhos, novos e antigos, disponíveis para compra a um bom preço e até alguns gratuitos.


Agora podemos ler aqueles quadrinhos que nunca chegarão ao Brasil, mas que morremos de vontade de ler, ou não precisaremos esperar anos para que eles sejam publicados por aqui – apesar do sensacional trabalho que a Panini está realizando com as grandes editoras. A edições são vendidas a um bom preço, variando entre $0,99 a $5,00 para as edições mensais e $8,99 a $16,00 para as coletâneas, arcos fechados e graphic novels.

Aplicativo ComiXology em um smartphone

Há uma impressionante quantidade de títulos, novos e clássicos. A maioria está disponível em HD com qualidade excelente, e particularmente o que mais gostei foi da leitura no modo comics, muito boa para dispositivos de tela pequena, onde a cada toque são apresentadas as imagens e o texto quadro a quadro.

A grande desvantagem é o preço em dólar, sujeito às flutuações do câmbio, além das compras só poderem ser realizadas com cartão de crédito internacional. Para os amantes dos quadrinhos, ou aqueles que estudando uma língua estrangeira, o ComiXology é um excelente aplicativo gratuito para leitura. Se você ama os quadrinhos e não quer ver esta arte acabar, compre quadrinhos originais de vez em quando, impressos ou digitais, e pare de apenas baixar scans na internet!

Da esquerda para a direita, leitura em modo comics em uma tela de smartphone

terça-feira, 1 de julho de 2014

Surfista Prateado: Parábola, de Stan Lee e Moebius

Surfista Prateado: Parábola (Panini Books, 2013) é uma Graphic Novel publicada originalmente em 1988 pelo selo Epic Comics da Marvel Comics, escrita por Stan Lee e desenhada por Moebius, pseudônimo do escritor/desenhista francês Jean Giraud, falecido em 2012.
Stan Lee é o lendário fundador da Marvel Comics e cocriador de incontáveis personagens desta editora como Homem-Aranha, X-Men, Hulk, Quarteto Fantástico, entre outros, que hoje geram bilhões de dólares através de adaptações cinematográficas que se tornaram as franquias mais lucrativas da história do cinema mundial. Jean Giraud, mais conhecido como Moebius, é um famoso artista francês cocriador da famosa revista em quadrinhos Métal Hurlant – mais conhecida pelo seu nome em inglês Heavy Metal –, que desenhou/criou alguns dos mais famosos quadrinhos europeus, como o faroeste Blueberry, e as ficções científicas Arzak, Incal, The Airtight Garage, entre outros. Também trabalhou desenhando storyboards e conceitos para diversos filmes de ficção científica, como Alien: O Oitavo Passageiro, O Quinto Elemento, Tron e Star Wars V.

Stan Lee
Em Surfista Prateado: Parábola o devorador de mundo Galactus invade novamente a Terra em uma aparente violação de sua promessa de nunca mais atacar o planeta, mas desta vez, ao invés de atacar a humanidade ele se apresenta como um deus e salvador dos seres humanos. Milhões de pessoas ao redor do mundo começam então a venerá-lo e líderes religiosos oportunistas se apressam em se apresentar como seu profeta. Para impedi-lo, ressurge o ex-arauto exilado pelo próprio Galactus no planeta Terra: o Surfista Prateado; que o enfrentará em uma épica batalha para desmascará-lo e salvar a humanidade de sua própria estupidez coletiva em adorar aquele que quer destruir o planeta.

Moebius
Uma excelente história que trata de temas bem atuais como o fanatismo religioso e o populismo, em uma valiosa reflexão sobre o fato de que talvez nosso maior inimigo seja nós mesmos e nossa propensão a seguir líderes nem sempre bem intencionados. Magistralmente escrita e desenhada por duas lendas dos quadrinhos mundiais, em uma edição caprichada em capa dura com a qualidade de sempre das edições da Panini Books.







sexta-feira, 20 de junho de 2014

Daytripper, de Fábio Moon & Gabriel Bá

Daytripper (Panini Books, 2011) é o volume único encadernado  com as 10 edições da minissérie da Vertigo de mesmo nome de autoria dos irmãos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá. A série ganhou o Eisner Awards – o mais prestigiado prêmio do mundo dos quadrinhos – de “Melhor série limitada” em 2011. Os dois são os escritores/desenhistas brasileiros de quadrinhos mais prestigiados da atualidade. Gabriel Bá é conhecido pelos desenhos de Casanova, de Matt Fraction, e Umbrella Academy, de Gerard Way (ganhadora do Eisner Awards de “Melhor série limitada” em 2007). Fábio Moon também desenhou Casanova, assumindo a série após seu irmão, e junto com ele ganhou outro Eisner Awards, de “Melhor antologia”, pela antologia em quadrinhos 5, em 2008.

Em Daytripper eles contam a história de Brás de Oliva Domingos – uma referência clara ao personagem Brás Cubas, do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis –, filho de um famoso escritor e que escreve obituários para um jornal enquanto sonha em ser um escritor de sucesso como o pai. Ele tenta ser um bom pai e marido enquanto enfrenta suas dúvidas e angústias existenciais. Ao longo de cada uma das dez edições conhecemos uma época diferente da vida de Brás e uma questão existencial revelada em cada uma das dez vezes em que ele morre. A cada edição ele morre enquanto reflete sobre a efemeridade da vida e a urgência de encontrarmos a razão de nossa existência e a realização de nossos sonhos em um mundo onde o fim pode estar tão próximo.

Queríamos aquela sensação de que a vida está acontecendo aqui, bem à nossa frente, e a estamos vivendo.
E como vivemos.
E às vezes morremos para provar que vivemos.
Fábio Moon


Gabriel Bá e Fábio Moon
Uma história sensacional sobre o sentido da vida e a necessidade de assumirmos os riscos inerentes à busca pela felicidade e a realização de nossos sonhos. Sonho e realidade se misturam e é inevitável não refletimos durante a leitura se estamos vivendo plenamente nossas vidas ou fugindo de nossos sonhos; infelizes e presos em nossa falsa zona de segurança. A edição da Panini está caprichada como sempre, com capa dura e papel especial, e ainda pode ser encontrada nas melhores livrarias ou pelas lojas virtuais. 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Justiceiro Max – Rei do Crime

Justiceiro Max – Rei do Crime (Panini, 2014) é um encadernado que reúne os cinco primeiros números da nova série do Justiceiro na linha adulta Max Comics, escrita por Jason Aaron e desenhada por Steve Dillon. Quem gostou da fase do escritor Garth Ennis no Justiceiro, vai adorar este lançamento da Panini. Estão lá a violência crua, o humor negro e as bizarrices chocantes que fizeram sucesso nas versões anteriores do Justiceiro das linhas Max Comics e Marvel Knights. É uma história que você vai ler de uma só vez!

Nesta história alternativa ao universo Marvel tradicional, Wilson Fisk é o segurança de um grande mafioso que tem um ambicioso plano para matar o Justiceiro. Ele se junta aos outros chefões do crime organizado para criar o fictício “Rei do Crime”, que será interpretado por Fisk e servirá de isca em uma armadilha para o vigilante homicida. Mas Wilson Fisk planeja matar seus chefes e assumir de fato o papel de líder máximo do crime organizado em Nova Iorque. Só que para isso ele terá primeiro de sobreviver à fúria assassina de Frank Castle, o Justiceiro, em sua guerra particular contra o crime.

Mais uma grande história de um personagem que antes de ser revitalizado por Garth Ennis e Steve Dillon, passou por maus bocados nas mãos de escritores e desenhistas horrorosos que criaram histórias ridículas. Jason Aaron não decepciona e inicia uma nova fase que promete entrar para a história do Justiceiro, com novos personagens e versões alternativas de personagens tradicionais. Suas histórias são envolventes, com tramas paralelas que se encaixam com perfeição em finais redondos, mas que deixam ganchos para os arcos seguintes. São chocantes as reviravoltas de suas tramas, com cenas bizarras que ficarão na memória dos leitores por bastante tempo. Quase dá pena dos criminosos torturados pelo Justiceiro.

Jason Aaron
Jason Aaron é um escritor em ascensão no mundo dos quadrinhos e escreve com desenvoltura tanto histórias adultas, como em sua série Escalpo e a mini série The Other Side, ambas para a DC/Vertigo; quanto para o público adolescente, em séries como Wolverine, Motoqueiro Fantasma, Thor e Wolverine e os X-Men, para a Marvel Comics, com quem tem um contrato de exclusividade. Ele também será o responsável pela nova saga “Original Sin”, que mostrará o assassinato do Vigia e a investigação que se segue e promete revelar terríveis segredos de alguns heróis da Marvel Comics.

Justiceiro Max – Rei do Crime é mais um excelente lançamento da Panini Books e vem encadernado em capa dura e papel couché, e pode ser encontrado em qualquer banca de jornal por apenas R$ 21,90. Torço para que a Panini lance os próximos volumes também neste formato encadernado e não repita a asneira que fez com a nova fase do Gavião Arqueiro.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Pobre Marinheiro, de S. A. Harkham


Pobre Marinheiro (Balão Editorial, 2013), é uma história em quadrinhos do americano S. A. Harkham, publicada no Brasil pela editora Balão Editorial na excelente coleção Zug. Ela é baseada no conto No Mar, do escritor e poeta francês Guy de Maupassant, e conta a história de um homem que vive de forma simples e feliz com sua esposa em uma localidade remota no campo. Um dia ele recebe a visita de seu irmão, que o convida a conhecer o mundo a bordo de um navio pesqueiro. O homem então tem de escolher entre permanecer em seu mundo confortável ou iniciar uma aventura cheia de promessas e perigos no mar.

S. A. Harkham
Muito se fala em “deixar a zona de conforto”, “saltar no escuro”, “viver a vida”, “arriscar-se mais”. Estas atitudes são o motor de praticamente todas as histórias. O que nos faz gostar de um personagem e nos identificar com ele é justamente a forma como ele enfrenta o dilema universal entre permanecer em nosso mundo conhecido entre as coisas que amamos, ou abandonar tudo e seguir por um caminho cheio de promessas de glória, mas que sempre apresenta um perigo iminente que pode pôr tudo a perder – até nossas vidas. Na maior parte da ficção, o personagem vence todos os obstáculos e retorna cheio de glória em um final feliz, mas poucos relatos mostram o lado negro da derrota e suas consequências.

Nesta história não temos o tradicional esquema com final feliz que já é quase um cliché. Os sofrimentos e agruras por que passa o marinheiro nos mostra que ao perseguir nossos sonhos, o caminho pode não ser tão empolgante e o resultado pode não ser assim tão agradável quanto nos faz crer a ficção. É trágico o destino do marinheiro, mas inspiradora a lição que ele nos dá ao superar suas perdas e seguir em frente.

Uma grande obra que mostra todo o poder dos quadrinhos para narrar uma história. Os desenhos tão simples, mas mostram em poucos e belos quadros e raros diálogos, coisas que a literatura levaria muitas páginas para descrever. É por isso que os quadrinhos são conhecidos como a “Nona Arte”, uma fusão da escrita com o desenho com o seu modo próprio de nos emocionar.



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Zen Pencils

Zen Pencils é um fantástico blog criado pelo cartunista australiano Gavin Aung Than que adapta para tiras em quadrinhos algumas citações de grandes nomes da literatura, quadrinhos, ciência, poesia, história, política, entre outros. O Site foi criado no ano de 2012 após Gavin pedir demissão de seu trabalho como designer gráfico, onde atuou por 8 anos, para se dedicar à sua verdadeira paixão que é desenhar cartoons. São tirinhas com mensagens edificantes sobre o sentido da vida, a beleza do universo, e, principalmente, ir em busca de seus sonhos. Há várias delas já traduzidas para o português.



Gavin Aung Than


Endereço do blog (em inglês):

Em português:


Algumas Tiras:




sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

The Voices of a Distant Star, de Makoto Shinkai e Mizu Sahara

The Voices of a Distant Star (Hoshi No Koe, Panini Comics/Planet Manga, 2010) é um mangá escrito pelo japonês Makoto Shinkai e desenhado por Mizu Sahara. Apesar do nome em inglês, que significa “Vozes de uma estrela distante”, este mangá foi publicado em português pela Panini Comics/Planet Manga no Brasil. Diferentemente das centenas de volumes de outros mangás, este tem apenas dez capítulos em um volume único de 244 páginas. A história se passa no ano de 2047 e conta a história de um casal de jovens amigos, Mikako Nagamine e Noboru Terao, separados devido a uma guerra entre a humanidade e alienígenas conhecidos como Tharsians. Os dois são apenas adolescentes na escola quando Mikako é convocada para lutar na guerra contra os Tharsians como piloto de um Tracer, que é um gigantesco robô de combate. Enquanto Noburu continua seus estudos na Terra, Mikako inicia seu treinamento em Marte e depois viaja à bordo da nave de guerra Lysithea para Júpiter, Nuvem de Oort, e, por fim, a guerra em um planeta da estrela Sirius, distante 8,6 anos-luz do Sol.

Voices of a Distant Star (anime)
Os dois se comunicam por mensagens de texto enviadas através de telefone celular, que demoram cada vez mais a chegar conforme Mikako vai se afastando do Sistema Solar, primeiro alguns minutos, depois horas, meses, até 8 anos quando ela está na guerra em Sirius. Isto ocorre por que a velocidade da luz no vácuo é de cerca de 300.000 Km/h, e como as transmissões são feitas por ondas de rádio que viajam nesta velocidade, há um atraso devido à distância em que os dois se encontram, que é de dezenas de milhões de quilômetros entre a Terra e Marte, quase um bilhão até Júpiter, dezenas de bilhões de quilômetros até a nuvem de Oort e dezenas de trilhões de quilômetros até Sirius.

A história não é bem uma ficção científica hard, nem uma Space Opera, mas uma bela história de amor que faz um bom uso dos efeitos da dilatação temporal prevista na teoria da relatividade. Segundo esta teoria, confirmada por inúmeros experimentos e observações, o tempo passaria mais devagar para alguém viajando em uma nave viajando próximo à velocidade da luz do que para alguém que ficasse na Terra. Por este motivo, enquanto Noburu envelhecia na Terra, Mikako permaneceu com praticamente a mesma idade à bordo da nave Lysithea. É uma história belíssima sobre a amizade, o primeiro amor e a dor da separação. Contada com muita sensibilidade, é uma história de um amor e amizade que apesar das vastas distâncias no espaço-tempo, não morre nunca.

Eu tenho saudade de várias coisas.
Das nuvens de verão e da chuva gelada.
Do aroma do vento de outono e da maciez da terra na primavera.
Da sensação de conforto ao encontrar uma loja de conveniência aberta no meio da noite.
Do ar fresco no caminho de volta para casa depois da aula.
Do cheiro do apagador do quadro negro.
Eu sempre quis partilhar essas sensações com você.


Infelizmente a edição brasileira da Panini está esgotada, mas para quem estiver interessado em adquirir um exemplar, poderá encomendar um na loja virtual Comix por apenas R$ 19,90 mais o valor do frete. Também há um anime, que pode ser encontrado facilmente no Youtube.







segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O Chinês Americano, de Gene Luen Yang


O Chinês Americano (Quadrinhos na Cia, 2009), é uma Graphic Novel escrita e desenhada pelo americano filho imigrantes chineses Gene Luen Yang, e em 2006 foi a primeira história em quadrinhos indicada e finalista do prestigiado prêmio National Book Awards, além de ter sido vencedora do Michael L. Printz Award e do Eisner Award, entre outros.

O história é composta de três narrativas que se revezam:

Na primeira narrativa temos uma releitura moderna de um conto chinês do século XVI sobre o Rei Macaco, que é barrado e ridicularizado ao tentar entrar no salão dos deuses. Ele se enfurece com as ofensas e derrota todos os deuses em uma luta, e após se recolher em meditação, muda de forma e se auto intitula “O grande sábio, um igual nos céus”, passando a viajar pelo universo em busca de reconhecimento.

Na segunda narrativa acompanhamos um garoto chamado Jin Wang, filho de imigrantes chineses que viviam em um bairro chinês de São Francisco que se mudam para um bairro do subúrbio composto quase que exclusivamente de americanos brancos. Jin passa a estudar em uma nova escola e tem muitas dificuldades em fazer amigos, se relacionar com as outras crianças e adotar a cultura americana.

Na terceira narrativa conhecemos um jovem americano chamado Danny, que recebe a visita anual de seu primo Chin-Kee, que representa todos os estereótipos de um chinês visto por um americano médio. A visita deste primo que mora na China é sempre motivo de muitos problemas para Danny, que tem vergonha do modo de falar, de se vestir e de agir dele, e tenta escondê-lo de seus amigos.

Gene Luen Yang
De forma surpreendente as narrativas se unem em uma fantástica conclusão, em que aprendemos uma grande lição sobre aceitarmos nossa identidade e a importância de se respeitar as diferenças entre as pessoas. Nestes tempos em que tanto se discute o bullying nas escolas e o preconceito e a intolerância na sociedade, O Chinês Americano é uma leitura obrigatória para todos, sejam pais, filhos, estudantes, professores, ou qualquer um interessado em um mundo melhor para as futuras gerações.

O Chinês Americano tem 240 páginas em papel couché e custa R$ 52,00, podendo ser encontrado em qualquer boa livraria ou lojas virtuais da internet como Livraria Cultura, Saraiva, Fnac ou Submarino. Vale a pena a leitura e é um excelente presente para crianças e adolescentes em idade escolar.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ataque dos Titãs, de Hajime Isayama

Ataque dos Titãs #1
Ataque dos Titãs é um mangá escrito e desenhado pelo japonês Hajime Isayama, lançado em 2010 e que chegou ao Brasil em novembro de 2013 pela Panini Comics. O primeiro número esgotou-se rapidamente e uma segunda edição chegou nas bancas no mês de janeiro, quase junto com o número dois. Para quem não sabe, os mangás são os quadrinhos japoneses, cujas principais características são os desenhos de pessoas com olhos gigantes e a leitura no sentido oriental, da direita para a esquerda. A história se passa em um futuro distópico onde a civilização foi destruída por gigantes parecidos com zumbis, que comem seres humanos e são quase invulneráveis. O que aparentemente sobrou da humanidade vive em uma gigantesca área cercada por três muros concêntricos de 50 metros de altura em um mundo com tecnologia que lembra um pouco o steampunk. Todos vivem bem há mais de cem anos sem qualquer ataque, quando um titã gigantesco aparece e faz um buraco na muralha mais externa e uma invasão de titãs começa. Milhares morrem, incluindo a mãe do protagonista, um garoto chamado Eren Yeager, que sonha em conhecer o mundo além das muralhas.

Ataque dos Titãs #2
Depois do massacre, Eren e sua irmã, uma garota chamada Mikasa Ackerman, alistam-se no exército responsável por fazer o policiamento das cidades, proteger as muralhas e realizar missões de reconhecimento nas florestas além das muralhas para tentar descobrir mais sobre os titãs. Como armas os soldados deste exército utilizam o Equipamento de Manobras Tridimensionais, que é um cilindro de gás pressurizado que fica nas costas do combatente, com dois jatos laterais presos nas pernas para voos curtos, que também disparam arpões presos a cabos de aço e servem de bainhas para duas espadas, com dois controles manuais que ficam presos aos cabos destas.

A história é muito violenta e com classificação de imprópria para menores de 16 anos. As cenas dos titãs mastigando as pessoas são chocantes e há muitas mortes, mutilações e sangue nas páginas. O que achei mais legal na história foi o visual dos soldados em seus Equipamento de Manobras Tridimensionais e o mistério em torno da origem dos titãs, que aparentemente matam os humanos não para se alimentar, mas com o simples propósito de destruí-los. A trama é envolvente e quando comecei a ler não consegui parar até acabar o primeiro volume.

Imagem do anime de Ataque dos Titãs


Também existem um anime, jogos de vídeo game e está sendo produzido um filme em live action previsto para estrear em 2015. O anime ainda não foi lançado no Brasil, mas dado o sucesso que o mangá tem feito no país, com os exemplares se esgotando nas bancas no dia em que são lançados, isto é só uma questão de tempo. Ataque dos Titãs está saindo em volumes com quatro números encadernados com 196 páginas no total, por apenas R$ 11,90, e os números 1 e 2 ainda podem ser encontrados nas bancas. Ataque dos Titãs é uma boa entrada no fascinante mundo dos mangás.



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Um Conto de Natal, de Charles Dickens

Um Conto de Natal (L&PM Pocket, 2003), é uma noveleta escrita por Charles Dickens, um dos maiores escritores ingleses do século XIX, que viveu a maior parte de sua vida na chamada era Vitoriana, auge da revolução industrial e do poder inglês no mundo. Por suas histórias, Dickens se tornou uma das celebridades mais famosas de sua época, mas nasceu pobre e desde criança testemunhou o sofrimento dos mais necessitados, explorados em meio à riqueza e prosperidade do país mais rico do mundo, um tema que é recorrente em sua obra. Na época de Dickens, muito antes do rádio, da televisão e da internet, eram famosas as histórias publicadas em capítulos nos periódicos chamados folhetins. As pessoas liam um capítulo por vez e tinham que aguardar por uma semana inteira pelo próximo, como fazemos hoje com as séries de TV. Só quando as vendas eram altas é que os capítulos eram compilados e publicados no formato de livro, em edições de luxo em capa dura que na época eram bem caros. Esta história é a mais famosa do autor e uma das mais adaptadas de todos os tempos, com versões em quadrinhos, adaptações cinematográficas, desenhos animados, animações digitais, peças de teatro, entre outras mídias.

Charles Dickens
Em Um conto de natal (A Christmas Carol no original), acompanhamos a história do velho Ebenezer Scrooge, um homem rico, ranzinza e solitário que despreza todas as pessoas ao seu redor e vive apenas para seus negócios. Na véspera de natal, depois de espezinhar como sempre seu funcionário, recusar-se a fazer uma doação para a caridade e se negar a passar o natal com seu sobrinho, recebe o fantasma de seu antigo sócio, a pessoa mais próxima de um amigo que ele já teve na vida, que anuncia que ele receberá a visita de três espíritos. Eles representam os natais passados, o natal presente e os natais futuros. Enquanto Scrooge revê a própria vida e as consequências que seus atos tiveram na vida de outros pessoas ao seu redor, é difícil não repensarmos também nossas próprias vidas; nossas decisões erradas, quando escolhemos o que parecia mais seguro ao invés daquilo que mais amávamos; ou quando negamos ajuda àqueles que necessitavam por puro egoísmo ou falta de sensibilidade. Nossas ações tem consequências não só para nossas vidas, mas para a vida daqueles que estão próximos de nós, e quando agimos visando sempre o interesse próprio, deixamos o mundo mais infeliz.

Peça de teatro baseada em Um Conto de Natal


Quadrinhos de Um Conto de Natal
Uma excelente história de uma época em que as histórias sempre tinham um final feliz; capaz de comover crianças e adultos ao mostrar como podemos reassumir o controle de nossas próprias vidas e trazer mais felicidade ao mundo através do amor e da generosidade. A edição de bolso da L&PM Pocket vem com ilustrações de Eduardo de Oliveira e custa apenas R$ 14,00. Recentemente esta editora lançou também a versão em quadrinhos, como parte da coleção Clássicos da Literatura em Quadrinhos.







Algumas adaptações cinematográficas de Um Conto de Natal

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Batman – Terra Um

Batman – Terra Um (Panini Books, 2013) é uma reinvenção da origem de Batman em um universo alternativo. É escrita por Geoff Johns, autor de vários títulos para a DC Comics como Novos Titãs, Flash, Sociedade da Justiça, Novos 52, Aquaman, entre diversos outros; e desenhada por Gary Frank, famoso principalmente por seus trabalhos na Marvel Comics, como O Incrível Hulk, na sensacional fase escrita por Peter David,  e Poder Supremo, com o roteirista J. Michael Strakzynski.

Achei que esta fosse apenas mais uma imitação barata de Batman – Ano Um, a lendária HQ de Frank Miller, mas fui alegremente surpreendido por uma história muito original. É bem diferente daquela que estamos habituados nos quadrinhos, filmes, desenhos e games; mas os personagens icônicos das histórias do homem-morcego estão todos lá, ainda que um tanto modificados.

Na história acompanhamos a chegada de Alfred Pennyworth, ex-Fuzileiro Naval inglês, na mansão de seu velho amigo e companheiro de front na Guerra do Iraque, Thomas Wayne, homem mais rico de Gotham City e candidato favoritíssimo à prefeitura desta cidade na eleição próxima. Após o assassinato de seu amigo e sua esposa na frente do filho Bruce Wayne, Alfred fica como responsável legal do garoto, que se tornará o Batman e iniciará uma obsessiva luta contra o crime como forma de encontrar aquele que matou seus pais. Nesta luta ele enfrentará o principal suspeito de ser o mandante do crime, o prefeito de Gotham City Oswald Cobblepot.

Este é o Batman mais realista já feito (dentro dos limites de um cara vestido de morcego que combate o crime), sem aqueles gadgets incríveis que estamos acostumados e sem aquele treinamento ninja que o torna invencível nas lutas e o faz praticamente voar por entre os prédios. O Batman da Terra Um de vez em quando cai dos telhados, se machuca, e apanha muito quando luta com vários oponentes. Um ponto positivo foi a escolha do vilão, que desta vez não é o coringa, mas sim, Oswald Cobblepot, um temível pinguim, bem diferente daquela figura caricata que estamos acostumados nos quadrinhos.

Para aqueles que conhecem a história de Batman, é muito legal tentar identificar os personagens do cânone original e acompanhar sua nova função nesta reinvenção do mito do homem-morcego. Ponto também para o desenhista Gary Frank, que desenha um Batman com algumas características interessantes que já estamos acostumados a ver no cinema, mas que não tinha visto ainda em um quadrinho, que são os olhos visíveis sob a máscara ao invés de uma lente totalmente branca como o usual.

História sensacional que pode ser lida de um só fôlego, Batman – Terra Um foi lançado em Dezembro de 2013 e pode ser encontrado em qualquer banca de jornal, em edição de capa dura e papel especial, por apenas R$ 21,90. Vida longa à Panini no Brasil!