Ancillary Justice (Orbit, 2013) é um livro de ficção científica escrito
pela americana Ann Leckie. É a estreia da autora, que ganhou os principais
prêmios de ficção científica de 2014, entre eles o Hugo Award, Nebula Award,
BSFA Award, Arthur C. Clarke Award e Locus Award, além de ter sido nomeado para
diversas outras premiações.
A história se passa milhares de
anos no futuro no espaço Radch, um
império em permanente estado de guerra se expandindo por vários sistemas
estelares da galáxia, anexando planetas e espalhando sua civilização e
religião, apesar de assimilar alguns aspectos da cultura dominada –
principalmente religiosos. Este império galáctico lembra muito o Império Romano,
herdeiro dos gregos e que também assimilou aspectos culturais de outras
civilizações em sua expansão. Já a religião lembra o cristianismo, que no
início também assimilou várias características e rituais pagãos, o que
facilitava a conversão entre os povos conquistados. Os Radchaai se veem como mais avançados e civilizados, e a assimilação
de outras civilizações é violenta cruel, incluindo a transformação de milhares
de prisioneiros em ancillaries. Neste
processo a consciência é apagada, e através de implantes cibernéticos estes
indivíduos passam a ser meros receptáculos das inteligências artificiais que
comandam as naves de guerra e estações.
Naves do Império Radch |
Acompanhamos então a história de Breq,
a inteligência artificial de uma imensa nave estelar de guerra que agora habita
apenas uma ancillary humana. Ela foi
a única sobrevivente da destruição desta nave em uma conspiração, e se encontra
sozinha e abandonada em um planeta gelado. Breq busca vingança contra o Lorde
de Radch Anaander Mianaai, o imperador que de alguma forma foi o responsável
pela destruição de sua nave. Em capítulos alternados, acompanhamos flashbacks que mostram Breq quando era a
nave de guerra Justice of Toren e
controlava milhares de ancillaries
durante a conquista de um planeta oceânico. Durante o desenrolar das duas
linhas narrativas alternando passado e presente, Breq descobre as raízes de uma
conspiração que pode ameaçar o futuro do próprio Império Radch.
Ann Leckie |
Nos capítulos em flashback a autora encontra uma forma
inovadora de contar a história, através do ponto de vista em primeira pessoa da
nave Justice of Toren, que se
confunde com um ponto de vista em terceira pessoa, já que a consciência dela
está espalhada por várias ancillaries,
e desta forma, acompanhamos simultaneamente vários personagens em locais
diferentes. Outro aspecto singular do romance é o fato de não haver definição
de gênero – Breq se refere a todos como she
(ela) – e temos muita dificuldade em definir o sexo dos personagens, mas que
acaba se provando irrelevante para a história.
O livro Ancillary Justice faz parte da trilogia Imperial Radch e é seguido por Ancillary
Sword (2014) e Ancillary Mercy
(2015). Já há um projeto de transformar a história em uma série de televisão
pela produtora Fabrik, que produz a
série The Killing, para o canal Fox Television Studios. A editora Aleph
prometeu o lançamento da versão em português para o segundo semestre de 2016.
Quero tomar chá de esquecimento pra ler Guerra do Velho novamente!
ResponderExcluirQuero tomar chá de esquecimento pra ler Guerra do Velho novamente!
ResponderExcluirMuito bom mesmo o Guerra do Velho, espero que venham as continuações. Enquanto isso, dê uma lida no Tropas Estelares, do Robert Heinlein, publicado pela mesma editora Aleph. Você não vai se arrepender!
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