segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Interplanetary Outpost – The Human and Technological Challenges of Exploring the Outer Planets


Capa do livro Interplanetary Outpost,
de Erik Seedhouse
No livro Interplanetary Outpost – The Human and Technological Challenges of Exploring the Outer Planets, de Erik Seedhouse, acompanhamos os desafios tecnológicos de uma missão ao Sistema Solar Exterior, como é chamado o domínio dos planetas Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e suas luas, que ficam localizados além de Marte e do Cinturão de Asteroides, centenas de milhões de quilômetros do Sol. Apesar de ser inviável um pouso nestes planetas, que são gigantes gasosos sem uma superfície sólida onde se pousar e possuem diâmetro e gravidade dezenas de vezes maior que os da Terra, suas luas por outro lado são mundos a se explorar e os locais mais promissores (junto com Marte) de abrigar vida alienígena. A descoberta de uma forma de vida que surgiu de forma independente a partir de matéria inorgânica em outro lugar fora do planeta Terra a partir de processos naturais, seria a maior descoberta da história da humanidade, pois provaria que a vida pode ser um fenômeno comum no universo e lançaria luz na questão da origem da vida em nosso planeta.


Em uma época em que as agências espaciais lutam para obter recursos e vontade política para uma missão a Marte, que está localizado em nossa vizinhança planetária em uma média de 150 milhões de quilômetros da Terra, é estranho imaginar um passo muito além, até Júpiter, que fica a mais de 800 milhões de quilômetros do Sol. Por isso ao ler este livro imagino ter tido a mesma sensação de uma pessoa que no fim do século XIX e início do Século XX lia as obras de Júlio Verne e suas viagens ao centro da Terra, ao fundo do mar e à Lua. 

Nave interplanetária Nautilus-X.
O autor Erik Seedhouse leva a atual tecnologia astronáutica ao limite e imagina avanços que hoje só existem em conceito ou estão em seus em estágios iniciais de desenvolvimento, como Sistemas de Suporte de Vida Autônomos, Hibernação Humana, Sono Criogênico, Gravidade Artificial, Propulsão Iônica, Propulsão Nuclear e outros. Alguns destas tecnologia ainda são ficção científica e estão presentes em filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço, Alien - O Oitavo Passageiro, Cargo, Pandorum, Avatar e outros.

A base para o livro é a HOPE (Human Outer Planets Exploration) da NASA, uma missão-conceito desenvolvido pelo RASC (Revolutionary Aerospace Systems Concept) que descreve as novas tecnologias em propulsão, suporte de vida, comunicações, robótica, entre outras, que seriam necessárias para uma missão tripulada à lua Calisto, de Júpiter. Calisto foi escolhida como destino em detrimento da mais promissora Europa, também uma lua de Júpiter, dada sua posição mais afastada do poderoso campo magnético deste planeta gigante, que produz altíssimos níveis de radiação devido ao aprisionamento de partículas eletricamente carregadas do vento solar, que fritou os circuitos eletrônicos das primeiras sondas enviadas pelo homem para explorar o sistema jupiteriano e apresentaria mais um formidável desafio para a exploração humana. Outros destinos como Titã e Enceladus, ambas luas de Saturno, foram deixados de lado pela distância ainda maior deste planeta em relação à Terra, em média 1,5 bilhão de quilômetros do Sol, quase o dobro da distância de Júpiter.

A lua Calisto com Júpiter ao fundo.
O livro é um estudo sério sobre o tema, recheado de gráficos, fotos e dados de pesquisas em curso nos laboratórios das agências espaciais, empresas privadas e até na Estação Espacial Internacional. Para os entusiastas da exploração espacial vale a pena a leitura, que nos faz imaginar um futuro possível onde a humanidade explorará os recantos mais distantes do Sistema Solar e dará os primeiros passos que nos levarão à expansão da presença humana no universo em busca de suas origens, sua sobrevivência e da resposta à questão primordial: Estamos sós no universo?

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