Poster de Elysium |
Este sábado fui ver Elysium, o
novo filme do diretor sul-africano Neill Blomkamp. Depois do curta Alive in Joburg e do longa Distrito 9
(favor não confundir com 13º Distrito, aquele filme policial cheio de le
parkour), fui ao cinema empolgado esperando um filmaço. No caminho para o
cinema, após atravessar parte da Baixada Fluminense indo de Nova Iguaçu até São
João de Meriti enfrentando um engarrafamento na Rodovia Presidente Dutra, lutar
meia hora para encontrar uma vaga para estacionar e enfrentar um Shopping
abarrotado, já me sentia um pouco no planeta terra superpopuloso de 2154 do
filme.
Elysium é um habitat espacial
onde vivem os ricos, que fugiram de uma terra devastada e superpopulosa que
parece uma favela gigantesca. É como se você pegasse a faixa litorânea que vai
do Flamengo passando por Botafogo, Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado,
Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, encaixasse estes bairros numa roda
giratória de vários quilômetros de diâmetro girando em órbita da terra para
produzir gravidade artificial e não permitisse que ninguém que não fosse
morador entrasse nas praias e circulasse nos Shoppings Centers e ruas. Seguindo
esta analogia a Baixada Fluminense estendida a todo o planeta seria o planeta terra
de 2154.Planeta Terra em 2154. |
Uma das grandes atrações do filme
para nós brasileiros é o ator Wagner Moura, arrebentando em sua estreia em
Hollywood. O filme não foi muito bem aceito nos Estados Unidos, mas deve fazer
muito sucesso nos países subdesenvolvidos como o nosso, cujos habitantes
poderão se identificar com Max (Matt Damon) um ex-presidiário tentando se
reabilitar trabalhando em uma fábrica de robôs e sofre um acidente em que é
exposto a níveis letais de radiação. Para salvar sua vida ele deve ir para o
único lugar em que existe tecnologia médica para curá-lo: Elysium. Para isso
ele procura a única pessoa que consegue colocar alguém ilegalmente em Elysium,
Spider (Wagner Moura), que é uma mistura de hacker, coyote e traficante carioca,
que dará a Max um exoesqueleto que o tornará tão forte e rápido quanto os robôs
policiais que patrulham a terra e que também fazem a segurança de Elysium.
Mulher toma banho de sol acompanhada por um empregado
robô em Elysium.
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Como toda boa ficção científica o
filme é uma metáfora para um problema de nosso mundo, neste caso o imenso
abismo que existe entre os países ricos e pobres. A ambientação é assustadora,
ainda mais se pensarmos que um planeta superpopuloso, exaurido de recursos e
ecologicamente destruído é uma perspectiva bem real em um futuro não muito
distante. Apesar de se passar mais de um século no futuro o filme retrata bem a
realidade de centenas de milhões de pessoas pobres que não tem nenhuma perspectiva
para o futuro. É sobre a segregação, seja entre países, seja entre camadas sociais
dentro de mesmo país, que condena a maioria a viver como párias, sonhando com
uma vida melhor em um outro lugar, seja emigrando para um país desenvolvido ou
se mudando para um bairro mais rico dentro de sua própria cidade.
Elysium vista do espaço com a Terra ao fundo. |
Spider (Wagner Moura) e Max (Matt Damon). |
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