Smartphone Nexus 4 |
Os livros digitais, ou ebooks, chegaram para ficar e com a chegada da Amazon ao Brasil e a parceria entre a
Livraria Cultura e a canadense Kobo, esta realidade chegou também aos
brasileiros. Vejo muita gente afirmar que os livros digitais nunca substituirão
livro de papel, que seriam melhores por permitir a insubstituível experiência
de manusear, cheirar, dobrar, colocar no bolso, enfeitar a estante e outras
coisas que você nunca conseguirá com o digital. Sem contar o incômodo para a
visão ao ler em uma tela de computador. Mas quem ainda se aferra a estes
argumentos está desatualizado quanto às novas tecnologias.
Com o surgimento dos smartphones
e tablets a mobilidade, que até então era a principal desvantagem para a
leitura de livros digitais, foi praticamente superada. Agora você pode ler
milhares de livros em um dispositivo leve, compacto e portátil que você pode
levar no seu bolso, menor e mais leve até que um livro. Estes dispositivos
estão se tornando tão presentes em nossas vidas que já existem escolas e
universidades que substituíram os livros didáticos por arquivos digitais para
serem lidos em tablets muitas das vezes fornecidos pela própria instituição.
Tablet Galaxy Tab 2 |
Ainda restava a questão do
incômodo de ler em uma tela de LCD ou LED causado pelo brilho, então vieram as
telas e-ink. Esta tecnologia consiste de uma tela que forma imagens através de
microcápsulas de tinta, com alta definição e sem brilho. Outra vantagem é o
baixíssimo consumo de energia, já que após a formação da imagem não há nenhum
consumo. Como exemplo desta tecnologia temos hoje no Brasil o Kindle, da
Amazon, e o Kobo, da Livraria Cultura/Kobo. As imagens nestes aparelhos são tão
impressionantes que quase destruí meu recém-chegado Kindle com um estilete
achando que havia um adesivo colado na tela.
Tablet Ipad |
As duas empresas mencionadas
chegaram com catálogos de milhões de livros, a maioria em inglês, mas já
existem dezenas de milhares de títulos em português e este número tende a
aumentar muito com a adesão cada vez maior das editoras brasileiras a este
formato. Uma novidade interessante é a possibilidade de salvar seus livros em
nuvem e a sincronização entre diversos dispositivos, que permitem a atualização
de sua biblioteca virtual, página em que você parou, marcações e anotações
entre diversos dispositivos (você pode iniciar a leitura em um smartphone,
continuar em um tablet e terminar em um computador por exemplo e os
dispositivos indicam onde você parou automaticamente).
eReader Kindle |
O maior problema para a adoção do
livro digital é psicológica, já que fomos alfabetizados com os livros impressos,
crescemos lendo-os e nos afeiçoamos a eles. Não se engane, como seres humanos
temos uma tendência inata a fazer as coisas não do jeito mais fácil, eficiente
ou rápido, mas sim, da forma que temos feito por toda a nossa vida. Alguém já
reparou como os idosos tem dificuldade com as TVs de controle remoto, aparelhos
celulares e computadores? Isto acontece não por que as novas gerações são mais
inteligentes, mas porque estes dispositivos não faziam parte da realidade das
gerações anteriores, ou pior ainda, modificaram a forma como estas faziam as
coisas.
eReader Kobo |
Acho que os livros impressos ainda
continuarão por aí durante muito tempo, mas conforme as novas gerações
alfabetizadas em tablets nos substituirem, livros de papel serão uma
curiosidade como hoje são os textos em papiros, peles de animais e tabuletas de
barro. Talvez esta mudança não seja tão ruim quanto pareça, já que aumentará o
acesso a leitura (livros digitais custam bem menos que suas versões impressas)
e muitas árvores serão salvas. Apesar de muita relutância adotei o livro
digital e descobri que na realidade mais do que os livros, o que amo mesmo é o
prazer da leitura, este sim insubstituível.
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