The Mars Underground é um documentário sobre a possibilidade de
futuras missões tripuladas ao planeta Marte utilizando o Mars Direct, criado pelo engenheiro aeroespacial Robert Zubrin. O
vídeo questiona os motivos de missões tripuladas à Marte ainda não terem
acontecido, discute a necessidade da exploração e colonização humana do planeta
vermelho e sua importância para o futuro da humanidade. Outro assunto discutido
no documentário é a atual estagnação do programa espacial americano. Após o sucesso
total do Programa Apollo, que colocou os primeiros seres humanos na Lua, a NASA
optou pelo desenvolvimento dos ônibus espaciais e a construção da Estação
Espacial Internacional, em detrimento de uma missão tripulada à Marte.
Planeta Marte |
Marte é o quarto planeta do
Sistema Solar e fica distante entre 206 e 249 milhões de quilômetros do Sol, bem
mais afastado que a Terra, que fica entre 147 e 152 milhões de quilômetros. Ele
possui 6.792 Km de diâmetro, pouco mais da metade do diâmetro da Terra, que tem
12.756,2 Km. A atmosfera é constituída em cerca de 95% por dióxido de carbono,
mas a pressão atmosférica equivale a menos de 1% da terrestre, com temperaturas
baixíssimas de até -143 0C, mas que podem chegar acima de 20 0C
durante o verão equatorial. Ele possui um dia de 24 horas e 40 minutos, quase o
mesmo que o dia terrestre. Apesar da atmosfera extremamente rarefeita e das
baixas temperaturas, é o local mais parecido com a Terra em todo o Sistema
Solar e possui uma área de terra firme maior que a de nosso planeta, pelo fato
de não possuir oceanos. Devido a todas essas características, Marte tem o
melhor potencial para se tornar o segundo lar dos seres humanos. Robert Zubrin
argumenta que com a tecnologia atual, uma missão tripulada poderia ser
desenvolvida num prazo de 10 anos, caso houvesse recursos financeiros e vontade
política.
Robert Zubrin |
Robert Zubrin faz duras críticas
à NASA, que segundo ele, estaria sem rumo desde os últimos pousos na Lua no
início dos anos 70. Após o Programa Apollo, ao invés de investir em uma missão
à Marte, a opção pelo desenvolvimento dos Ônibus Espaciais e posteriormente a
construção da Estação Espacial Internacional, e desde então nenhum ser humano deixou
a órbita baixa terrestre nas últimas 4 décadas. Em 1989, durante o governo
Bush, houve uma tentativa de se criar um programa espacial que levaria o homem
à Marte, que resultou em um projeto orçado em 450 bilhões de dólares e que
envolvia a construção de uma gigantesca estação espacial, instalações industriais
na Lua e a montagem de uma enorme nave com propulsão nuclear que faria uma
viagem de ida e volta ao planeta vermelho com a previsão de apenas alguns dias de
estada na superfície. Este projeto foi imediatamente rejeitado pelo congresso
americano devido ao seu custo astronômico.
Ônibus Espacial |
Após a rejeição do projeto,
Robert Zubrin e alguns colaboradores que trabalhavam na empresa Martin Marietta Astronautics (atual Lookhed Martin) desenvolveram um projeto
de missão que ficou conhecido como Mars
Direct, cuja filosofia era viajar leve, rápido e barato. Diferentemente da
gigantesca nave nuclear prevista no plano proposto durante a administração do presidente
Bush, uma nave pequena aproveitaria o melhor alinhamento entre a Terra e Marte viajando
apenas com o combustível de ida. Um módulo lançado previamente produziria o
combustível da viagem de retorno utilizando como matéria prima a própria
atmosfera marciana na superfície. Como mais de 90% do peso de um foguete é o
seu combustível, o peso da nave seria bem menor, ela poderia viajar mais rápido
e o seu custo seria bem mais baixo. A tripulação ficaria um ano e meio
explorando a superfície e por fim aproveitaria o melhor alinhamento entre os
planetas para realizar a viagem de retorno.
Estação Espacial Internacional |
Zubrin faz uma defesa apaixonada
da exploração humana de Marte e sua colonização, como forma de se criar um novo
e dinâmico ramo da civilização, que poderia trazer benefícios para toda a
humanidade. Além das novas tecnologias para o dia a dia que surgiriam no
desenvolvimento da missão, se criaria um capital incalculável através da
inspiração dos mais jovens a se tornarem engenheiros e cientistas, que
desenvolveriam as novas tecnologias a serem utilizadas pelas futuras gerações.
Além disso, aqueles que realizassem tais missões gravariam eternamente seus
nomes como heróis na história da humanidade. Outra ideia, esta mais
especulativa, seria a possibilidade de “terraformar” Marte, tornando o planeta
mais parecido com Terra e habitável para os seres humanos.
Excelente documentário.
Inspirador na forma como mostra que o futuro pode ser belo e vibrante se
investirmos agora em grandes projetos para o bem das gerações futuras. Como
citado no documentário, daqui a alguns séculos ninguém saberá quais eram as
crises econômicas, as disputas políticas e as guerras da década de 60, mas
todos se lembrarão dos primeiros passos do homem na Lua. Muita gente acha que
investimentos em ciência e exploração são gastos desnecessários que poderiam
ser usados melhor na solução dos problemas atuais da humanidade. Mas as soluções
dos problemas atuais virão do futuro, e o futuro tem que ser construído no
presente, e envolve novas tecnologias e a distribuição e o aperfeiçoamento das
que já existem.
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