sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

The Mars Underground

The Mars Underground é um documentário sobre a possibilidade de futuras missões tripuladas ao planeta Marte utilizando o Mars Direct, criado pelo engenheiro aeroespacial Robert Zubrin. O vídeo questiona os motivos de missões tripuladas à Marte ainda não terem acontecido, discute a necessidade da exploração e colonização humana do planeta vermelho e sua importância para o futuro da humanidade. Outro assunto discutido no documentário é a atual estagnação do programa espacial americano. Após o sucesso total do Programa Apollo, que colocou os primeiros seres humanos na Lua, a NASA optou pelo desenvolvimento dos ônibus espaciais e a construção da Estação Espacial Internacional, em detrimento de uma missão tripulada à Marte.

Planeta Marte
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar e fica distante entre 206 e 249 milhões de quilômetros do Sol, bem mais afastado que a Terra, que fica entre 147 e 152 milhões de quilômetros. Ele possui 6.792 Km de diâmetro, pouco mais da metade do diâmetro da Terra, que tem 12.756,2 Km. A atmosfera é constituída em cerca de 95% por dióxido de carbono, mas a pressão atmosférica equivale a menos de 1% da terrestre, com temperaturas baixíssimas de até -143 0C, mas que podem chegar acima de 20 0C durante o verão equatorial. Ele possui um dia de 24 horas e 40 minutos, quase o mesmo que o dia terrestre. Apesar da atmosfera extremamente rarefeita e das baixas temperaturas, é o local mais parecido com a Terra em todo o Sistema Solar e possui uma área de terra firme maior que a de nosso planeta, pelo fato de não possuir oceanos. Devido a todas essas características, Marte tem o melhor potencial para se tornar o segundo lar dos seres humanos. Robert Zubrin argumenta que com a tecnologia atual, uma missão tripulada poderia ser desenvolvida num prazo de 10 anos, caso houvesse recursos financeiros e vontade política.

Robert Zubrin
Robert Zubrin faz duras críticas à NASA, que segundo ele, estaria sem rumo desde os últimos pousos na Lua no início dos anos 70. Após o Programa Apollo, ao invés de investir em uma missão à Marte, a opção pelo desenvolvimento dos Ônibus Espaciais e posteriormente a construção da Estação Espacial Internacional, e desde então nenhum ser humano deixou a órbita baixa terrestre nas últimas 4 décadas. Em 1989, durante o governo Bush, houve uma tentativa de se criar um programa espacial que levaria o homem à Marte, que resultou em um projeto orçado em 450 bilhões de dólares e que envolvia a construção de uma gigantesca estação espacial, instalações industriais na Lua e a montagem de uma enorme nave com propulsão nuclear que faria uma viagem de ida e volta ao planeta vermelho com a previsão de apenas alguns dias de estada na superfície. Este projeto foi imediatamente rejeitado pelo congresso americano devido ao seu custo astronômico.

Ônibus Espacial
Após a rejeição do projeto, Robert Zubrin e alguns colaboradores que trabalhavam na empresa Martin Marietta Astronautics (atual Lookhed Martin) desenvolveram um projeto de missão que ficou conhecido como Mars Direct, cuja filosofia era viajar leve, rápido e barato. Diferentemente da gigantesca nave nuclear prevista no plano proposto durante a administração do presidente Bush, uma nave pequena aproveitaria o melhor alinhamento entre a Terra e Marte viajando apenas com o combustível de ida. Um módulo lançado previamente produziria o combustível da viagem de retorno utilizando como matéria prima a própria atmosfera marciana na superfície. Como mais de 90% do peso de um foguete é o seu combustível, o peso da nave seria bem menor, ela poderia viajar mais rápido e o seu custo seria bem mais baixo. A tripulação ficaria um ano e meio explorando a superfície e por fim aproveitaria o melhor alinhamento entre os planetas para realizar a viagem de retorno.

Estação Espacial Internacional
Zubrin faz uma defesa apaixonada da exploração humana de Marte e sua colonização, como forma de se criar um novo e dinâmico ramo da civilização, que poderia trazer benefícios para toda a humanidade. Além das novas tecnologias para o dia a dia que surgiriam no desenvolvimento da missão, se criaria um capital incalculável através da inspiração dos mais jovens a se tornarem engenheiros e cientistas, que desenvolveriam as novas tecnologias a serem utilizadas pelas futuras gerações. Além disso, aqueles que realizassem tais missões gravariam eternamente seus nomes como heróis na história da humanidade. Outra ideia, esta mais especulativa, seria a possibilidade de “terraformar” Marte, tornando o planeta mais parecido com Terra e habitável para os seres humanos.

Excelente documentário. Inspirador na forma como mostra que o futuro pode ser belo e vibrante se investirmos agora em grandes projetos para o bem das gerações futuras. Como citado no documentário, daqui a alguns séculos ninguém saberá quais eram as crises econômicas, as disputas políticas e as guerras da década de 60, mas todos se lembrarão dos primeiros passos do homem na Lua. Muita gente acha que investimentos em ciência e exploração são gastos desnecessários que poderiam ser usados melhor na solução dos problemas atuais da humanidade. Mas as soluções dos problemas atuais virão do futuro, e o futuro tem que ser construído no presente, e envolve novas tecnologias e a distribuição e o aperfeiçoamento das que já existem.



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