quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Pobre é pobre e bandido é bandido

Existe uma tendência a se reduzir o problema da violência no Brasil à questão da desigualdade social. A origem da violência estaria na falta de oportunidades e pobreza causadas pela desigualdade social e os criminosos seriam meras vítimas da sociedade. Esta é uma visão preconceituosa de quem só considera criminoso o pobre que comete crime. Sim, por que se pobreza fosse a origem do crime, não existiria tantos criminosos nas classes mais altas, nem pessoas tão dignas nas classes mais baixas da sociedade. Para ficar em apenas um exemplo, traficante é apenas aquele que vende drogas na favela ou aquele que vende drogas nas festas dos apartamentos de luxo Zona Sul também é? Rico que comete crimes não é criminoso? A pobreza sozinha pode ser considerada a responsável pela violência?

Todos os dias vários criminosos são presos e a muitos destes ostentam uma extensa ficha criminal. São presos diversas vezes após cometerem inúmeros crimes no prazo de poucos anos e serem soltos em pouco tempo, beneficiados por nossas leis frouxas. Nossos intelectualóides argumentariam que prisão não resolve o problema, que nossas prisões são escolas de criminosos, que estas pessoas cometeram crimes pela falta de oportunidades e pela histórica desigualdade social que assola o país, blá, blá, blá, blá, blá, blá. Eles então continuam sendo soltos e destruindo a vida de tantas vítimas por aí.

Policiais brasileiros fazem papel de idiota em sua dura e arriscada labuta de enxugar o gelo, e, no fim, a culpa é sempre da polícia por não usar de sua onisciência, onipresença e onipotência para impedir que o crime aconteça. Prender e encarcerar talvez não resolva o problema em definitivo, mas, passar a mão na cabeça e chamar de coitadinho com certeza não ajuda em nada. Um réu primário às vezes merece uma nova chance, mas e quem reincidiu uma, duas, três, dez, vinte vezes? A certeza da impunidade é um dos motores da violência. Se um criminoso efetivamente cumprisse a pena prevista no Código Penal para o seu crime (ainda que muitas vezes baixa), teríamos menos um problema por alguns anos e inúmeros crimes deixariam de ser cometidos por este indivíduo.


É como uma pessoa que teve cirrose hepática por ser alcoólatra. A causa é, entre outras, a bebida, mas parar de beber não a salvará, pois ela ainda teria um fígado destruído para cuidar. Se hoje por um milagre o Brasil se tornasse o país mais justo do mundo e sem desigualdade social, ainda teríamos milhares de criminosos matando, roubando, traficando drogas, estuprando, desviando recursos públicos, entre tantos outros crimes que ainda precisariam ser combatidos. A violência é um problema muito complexo e de difícil solução, pois esta depende de todos. Não adianta culpar apenas a desigualdade social e deixar de combater o problema. Nem adianta tratar o bandido como um coitadinho vítima da sociedade. Bandido é bandido e deve ser tratado como tal, seja ele pobre ou rico.

2 comentários:

  1. Muito realista sua visao, porem a sociedade tomou como sinonimo pobreza=bandidagem.

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  2. Pois é, como se não existissem ricos que cometem crimes. Quem já não ouviu falar de jovens bem nascidos, que tem todas as oportunidades que o mundo pode oferecer e ainda assim cometem crimes que chocam o país?

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