Existe uma tendência a se reduzir
o problema da violência no Brasil à questão da desigualdade social. A origem da
violência estaria na falta de oportunidades e pobreza causadas pela
desigualdade social e os criminosos seriam meras vítimas da sociedade. Esta é uma
visão preconceituosa de quem só considera criminoso o pobre que comete crime.
Sim, por que se pobreza fosse a origem do crime, não existiria tantos
criminosos nas classes mais altas, nem pessoas tão dignas nas classes mais
baixas da sociedade. Para ficar em apenas um exemplo, traficante é apenas aquele
que vende drogas na favela ou aquele que vende drogas nas festas dos
apartamentos de luxo Zona Sul também é? Rico que comete crimes não é criminoso?
A pobreza sozinha pode ser considerada a responsável pela violência?
Todos os dias vários criminosos
são presos e a muitos destes ostentam uma extensa ficha criminal. São presos
diversas vezes após cometerem inúmeros crimes no prazo de poucos anos e serem soltos
em pouco tempo, beneficiados por nossas leis frouxas. Nossos intelectualóides
argumentariam que prisão não resolve o problema, que nossas prisões são escolas
de criminosos, que estas pessoas cometeram crimes pela falta de oportunidades e
pela histórica desigualdade social que assola o país, blá, blá, blá, blá, blá,
blá. Eles então continuam sendo soltos e destruindo a vida de tantas vítimas
por aí.
Policiais brasileiros fazem papel
de idiota em sua dura e arriscada labuta de enxugar o gelo, e, no fim, a culpa
é sempre da polícia por não usar de sua onisciência, onipresença e onipotência
para impedir que o crime aconteça. Prender e encarcerar talvez não resolva o
problema em definitivo, mas, passar a mão na cabeça e chamar de coitadinho com
certeza não ajuda em nada. Um réu primário às vezes merece uma nova chance, mas
e quem reincidiu uma, duas, três, dez, vinte vezes? A certeza da impunidade é
um dos motores da violência. Se um criminoso efetivamente cumprisse a pena
prevista no Código Penal para o seu crime (ainda que muitas vezes baixa),
teríamos menos um problema por alguns anos e inúmeros crimes deixariam de ser
cometidos por este indivíduo.
É como uma pessoa que teve
cirrose hepática por ser alcoólatra. A causa é, entre outras, a bebida, mas
parar de beber não a salvará, pois ela ainda teria um fígado destruído para
cuidar. Se hoje por um milagre o Brasil se tornasse o país mais justo do mundo
e sem desigualdade social, ainda teríamos milhares de criminosos matando,
roubando, traficando drogas, estuprando, desviando recursos públicos, entre
tantos outros crimes que ainda precisariam ser combatidos. A violência é um
problema muito complexo e de difícil solução, pois esta depende de todos. Não
adianta culpar apenas a desigualdade social e deixar de combater o problema.
Nem adianta tratar o bandido como um coitadinho vítima da sociedade. Bandido é
bandido e deve ser tratado como tal, seja ele pobre ou rico.
Muito realista sua visao, porem a sociedade tomou como sinonimo pobreza=bandidagem.
ResponderExcluirPois é, como se não existissem ricos que cometem crimes. Quem já não ouviu falar de jovens bem nascidos, que tem todas as oportunidades que o mundo pode oferecer e ainda assim cometem crimes que chocam o país?
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