terça-feira, 13 de maio de 2014

A Estação Espacial Internacional e a vista do planeta Terra ao vivo

Vista da Terra no ISS HD Earth Viewing Experiment
No dia 30 de abril de 2014 foram instaladas 4 câmeras de vídeo na Estação Espacial Internacional, que podem ser acessadas gratuitamente através de streaming e possibilitam observar a Terra em tempo real do espaço no  ISS HD Earth Viewing Experiment. Esta iniciativa tem o objetivo de avaliar o desgaste sofrido por equipamentos eletrônicos no ambiente espacial, além de testar novas tecnologias para gravação de vídeos no espaço para futuras missões. Você pode ver as imagens ao vivo no website da USTREAM clicando no link abaixo:


Caso a imagem mostrada seja uma tela negra, significa que a Estação está no lado escuro da Terra e passando por uma zona desabitada; se a tela está cinza, está acontecendo uma troca entre as câmeras. A estação está em uma altitude média de 360 Km e completa uma volta ao redor do planeta a cada 90 minutos com uma velocidade aproximada de 27.000 Km/h.

Estação Espacial Internacional


A Estação Espacial Internacional é a maior estrutura já construída pelo homem no espaço, e pode ser vista até a olho nu! Para saber a posição da Estação e o dia em que ela pode ser vista de sua localidade, acesse o link abaixo do website da NASA e selecione seu país e a cidade mais próxima:




Módulo Zaria
A Estação Espacial Internacional é um laboratório orbital que foi construído através da colaboração entre 16 países (incluindo o Brasil!) a um custo de mais de 100 bilhões de dólares. Seus módulos foram construídos em terra pela Agência Espacial americana (NASA), Agência Espacial Russa (ROSKOSMOS), Agência Espacial Europeia (ESA), Agência Espacial Canadense (CSA/ASC) e Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA); e lançados ao espaço em foguetes russos e ônibus espaciais americanos.

A primeira missão de montagem foi em 20 de novembro de 1998 com a ISS Assembly Mission 1 A/R, quando um foguete russo Proton-K lançou o módulo de controle Zaria, responsável por fornecer energia elétrica através de baterias e pelo armazenamento de combustível. Em 24 de fevereiro de 2014 – após treze anos e quarenta lançamentos de foguetes russos e ônibus espaciais americanos – a ISS Assembly Mission ULF5 realizada pelo ônibus espacial Discovery instalou os módulos Leonardo e EXPRESS Carrier 4 e finalizou a Estação. Apesar de sua conclusão oficial em 2011, ainda há projetos para a instalação de mais módulos e a realização de várias melhorias na estação, que ficaram um pouco atrasados agora por causa da crise na economia internacional e a redução dos investimentos no espaço. Com a atual tensão entre a Rússia e os países da União Europeia e Estados Unidos por causa dos conflitos na Ucrânia, talvez estas melhorias estarão ainda mais longe no futuro.

Atual configuração da Estação Espacial Internacional:



Desde o ano 2000 ela é permanentemente tripulada com um mínimo de dois e um máximo de seis astronautas, que realizaram milhares de experimentos em áreas diversas como medicina, engenharia, astronomia, geologia, biologia, eletrônica, entre outras. Estas pesquisas possibilitaram o desenvolvimento de novas tecnologias que, segundo especialistas, possibilitaram um retorno estimado de seis vezes o valor investido na construção da estação. Apesar de todo este sucesso, muitos criticam a opção pelo projeto da Estação Espacial em detrimento de uma missão tripulada à Marte ou a construção de novos telescópios orbitais e o desenvolvimento de mais missões não tripuladas ao Sistema Solar, projetos que segundo os críticos trariam muito mais retorno científico.

O astronauta brasileiro Marcos Pontes
O Brasil tinha um acordo com a NASA desde o ano de 1996 e foi um dos países que assinaram o acordo de cooperação para a construção da Estação Espacial Internacional, e seria o responsável pela construção do módulo EXPRESS (clique aqui) e de vários outros equipamentos, em um investimento estimado de 120 milhões de dólares. Nessa época o Capitão da Força Aérea Brasileira Marcos Pontes foi o escolhido para ser o primeiro astronauta brasileiro e realizou treinamento na NASA para tripular um ônibus espacial, mas o acidente com o Columbia, que matou sete astronautas, atrasou os planos. Ele foi mandado então para a Rússia, onde treinou pela Agência Espacial ROSKOSMOS e acabou tripulando uma nave Soyuz em 2006 na “Missão Centenário”, que comemorou os 100 anos do voo de Santos Dumont no 14 Bis. Após sucessivos atrasos na liberação de verbas e no pagamento das empresas desenvolvedoras, e a opção em ir para o espaço com os russos, o país foi cortado do consórcio em 2007 pela NASA e suas associadas, sem conseguir cumprir com sua parte no acordo. Hoje a bandeira do Brasil não figura mais entre as dos países membros do projeto.

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