A Arte: Conversas imaginárias com minha mãe (WMF Martins Fontes, 2013),
é um livro sobre arte escrito e ilustrado pelo espanhol Juamjo Sáez. Através de
um diálogo fictício entre o autor e sua mãe, ele tenta explicar a arte para o
público leigo, destacando grandes artistas do século XX, como Pablo Picasso,
Andy Warhol, Salvador Dalí, Alexander Calder, Antoni Tàpies, Eduardo Chillida, Joan
Miró, entre outros.
Se você não entende nada de arte (como
eu) e deseja começar a compreender o deslumbramento causado por todos aqueles
montes de rabiscos e manchas de tinta; aquelas pilhas de metal retorcido; ou
aquelas esculturas geométricas em posições impossíveis – que às vezes custam
milhões de dólares! –, este livro é um bom começo. O livro é ilustrado em um estilo
que é algo entre o infantil e o cartunesco, intencionalmente amador; o texto
são garranchos que mantém os erros ocorridos durante a escrita com rabiscos por
cima, dando a aparência de um rascunho.
Juamjo Sáez
O livro é bem divertido e mostra
que para admirar a arte – e fazer arte também – não é preciso ser um especialista,
nem ter uma ampla bagagem cultural. Apesar do conhecimento ajudar, ele não é
estritamente necessário para despertar a emoção – ou perplexidade – diante de um
belo quadro ou escultura. Para fazer arte precisamos apenas de criatividade,
sensibilidade e intuição, coisas que fazem parte de todos os seres humanos e
que não aprendemos na escola ou universidade. Mas apesar de defender a liberdade
artística e a criatividade, o autor também faz uma crítica bem humorada ao rumo
que a arte vem por vezes tomando: um vale-tudo em que o dedo do artista prestigiado
a apontar qualquer bizarrice é o que define algo como arte.
A Onda (The Wave, 1981) é um curta-metragem para a televisão dirigido
por Alex Grasshoff e estrelado pelo ator Bruce Davison (o Senador Robert Kelly
nos primeiros filmes dos X-Men). O filme é baseado em uma história real sobre
um experimento realizado por um professor de história americano em sala de aula,
que ficou conhecido como A Terceira Onda.
Bruce Davison
A Terceira Onda foi um experimento social realizado pelo professor de
história e escritor americano Ron Jones, que em abril de 1967 dava aula para
alunos do segundo ano da Cubberley High
School, na cidade de Palo Alto, no estado da Califórnia, nos Estados
Unidos. Esta experiência fez parte das aulas de Jones naquele ano sobre o mundo
contemporâneo, como parte dos estudos sobre a Alemanha nazista. Teve o objetivo de mostrar como uma população
inteira foi praticamente hipnotizada pelos nazistas, provando que mesmo em uma
sociedade democrática as pessoas não estão livres da conversão ideológica por
líderes carismáticos.
Die Welle, filme alemão baseado em A Onda
Jones começou seu experimento sugerindo
aos seus alunos que a democracia possui vários problemas, decorrentes do fato
de valorizar em demasia o indivíduo e sua liberdade, o que incentivaria o
egoísmo; e que o segredo para se conseguir uma sociedade mais justa e forte era
a disciplina e o espírito de grupo. Através da adoção de um cumprimento que
diferenciava os seus estudantes dos demais – que lembrava o saudação fascista
de Mussolini –, a utilização de um uniforme pelos integrantes, e o desprezo ao alunos
que não eram da turma, ele criou um grupo coeso e disciplinado, atento e
receptivo a qualquer ideia que lhes fosse transmitida por seu líder – o próprio
professor Jones. O lema criado foi “força através da disciplina, força através
da comunidade, força através da ação, força através do orgulho”. Repetido à
exaustão, este mantra deu as linhas mestras para os integrantes do grupo e se
tornou o dogma a ser seguido sem contestação – quem questionasse algo era
excluído. No fim o professor dissolveu o grupo e revelou aos alunos que tudo
não passou de um experimento, e eles não acreditaram em como puderam ser
manipulados tão facilmente.
A história também deu origem ao filme
alemão Die Welle, de 2008, um
longa-metragem com um enredo bem parecido, mas com uma conclusão mais trágica.
A história de Jones também deu origem ao livro The Wave, do escritor Todd Strasser, que é a romantização dos
eventos ocorridos durante A Terceira
Onda.
Manifestantes da Marcha da Família com Deus no ano de 2014
The Wave, livro de Todd Strasser
Em nossos tempos onde tanta gente
participa de passeatas pedindo a volta da ditadura militar no Brasil – como
vimos recentemente na marcha da família e no aniversário de 50 anos do golpe militar
de 1964 – é sempre bom refletir sobre os perigos do autoritarismo e da conversão
ideológica. Muitos reclamam da democracia e tem sido muito difundida no Brasil
hoje a ideia de que a corrupção é exclusiva do novo regime democrático
brasileiro. Alega-se uma suposta inversão de valores e clama-se pela imposição
de códigos morais mais rígidos na sociedade; mas tudo tem o seu preço, e o
preço da liberdade é a convivência com valores diferentes dos nossos; mas o seu
oposto – o autoritarismo – é um pesadelo em que a individualidade é sufocada em
nome da ideologia oficial, concorde você ou não. E nesta distopia a corrupção
encontra um terreno fértil e seguro para se disseminar (inúmeros escândalos de
corrupção também ocorreram durante a ditadura militar). Basta uma pesquisa
rápida na internet para encontrar aterrorizantes relatos sobre fatos ocorridos
em regimes totalitários como o da China, Irã, Arábia Saudita, Coreia do Norte,
Cuba, entre tantos outros; países onde não há liberdade de expressão, a
internet e a mídia são controladas, e governos autoritários controlam
rigidamente todos os aspectos da vida dos cidadãos; censurando abertamente livros,
filmes, teatro, notícias, discursos, artigos científicos e qualquer coisa que
seja considerada subversiva e contra os ideais do governo, regime, revolução,
líder, entre outros; criados para serem adorados e obedecidos sem
questionamento, sob o risco de prisão, tortura e até morte.
No dia 30 de abril de 2014 foram
instaladas 4 câmeras de vídeo na Estação Espacial Internacional, que podem ser
acessadas gratuitamente através de streaming
e possibilitam observar a Terra em tempo real do espaço no ISS HD Earth Viewing Experiment. Esta iniciativa tem o
objetivo de avaliar o desgaste sofrido por equipamentos eletrônicos no ambiente
espacial, além de testar novas tecnologias para gravação de vídeos no espaço
para futuras missões. Você pode ver as imagens ao vivo no website da USTREAM clicando
no link abaixo:
Caso a imagem mostrada seja uma
tela negra, significa que a Estação está no lado escuro da Terra e passando por
uma zona desabitada; se a tela está cinza, está acontecendo uma troca entre as
câmeras. A estação está em uma altitude média de 360 Km e completa uma volta ao
redor do planeta a cada 90 minutos com uma velocidade aproximada de 27.000 Km/h.
Estação Espacial Internacional
A Estação Espacial Internacional
é a maior estrutura já construída pelo homem no espaço, e pode ser vista até a
olho nu! Para saber a posição da Estação e o dia em que ela pode ser vista de
sua localidade, acesse o link abaixo
do website da NASA e selecione seu
país e a cidade mais próxima:
A Estação Espacial Internacional é
um laboratório orbital que foi construído através da colaboração entre 16
países (incluindo o Brasil!) a um custo de mais de 100 bilhões de dólares. Seus
módulos foram construídos em terra pela Agência Espacial americana (NASA), Agência
Espacial Russa (ROSKOSMOS), Agência Espacial Europeia (ESA), Agência Espacial
Canadense (CSA/ASC) e Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA); e lançados
ao espaço em foguetes russos e ônibus espaciais americanos.
A primeira missão de montagem foi
em 20 de novembro de 1998 com a ISS
Assembly Mission 1 A/R, quando um foguete russo Proton-K lançou o módulo de controle Zaria, responsável por fornecer energia elétrica através de
baterias e pelo armazenamento de combustível. Em 24 de fevereiro de 2014 – após
treze anos e quarenta lançamentos de foguetes russos e ônibus espaciais
americanos – a ISS Assembly Mission ULF5
realizada pelo ônibus espacial Discovery
instalou os módulos Leonardo e EXPRESS Carrier 4 e finalizou a Estação.
Apesar de sua conclusão oficial em 2011, ainda há projetos para a instalação de
mais módulos e a realização de várias melhorias na estação, que ficaram um
pouco atrasados agora por causa da crise na economia internacional e a redução dos
investimentos no espaço. Com a atual tensão entre a Rússia e os países da União
Europeia e Estados Unidos por causa dos conflitos na Ucrânia, talvez estas
melhorias estarão ainda mais longe no futuro.
Atual configuração da Estação
Espacial Internacional:
Desde o ano 2000 ela é
permanentemente tripulada com um mínimo de dois e um máximo de seis
astronautas, que realizaram milhares de experimentos em áreas diversas como
medicina, engenharia, astronomia, geologia, biologia, eletrônica, entre outras.
Estas pesquisas possibilitaram o desenvolvimento de novas tecnologias que,
segundo especialistas, possibilitaram um retorno estimado de seis vezes o valor
investido na construção da estação. Apesar de todo este sucesso, muitos
criticam a opção pelo projeto da Estação Espacial em detrimento de uma missão
tripulada à Marte ou a construção de novos telescópios orbitais e o
desenvolvimento de mais missões não tripuladas ao Sistema Solar, projetos que
segundo os críticos trariam muito mais retorno científico.
O astronauta brasileiro Marcos Pontes
O Brasil tinha um acordo com a
NASA desde o ano de 1996 e foi um dos países que assinaram o acordo de
cooperação para a construção da Estação Espacial Internacional, e seria o
responsável pela construção do módulo EXPRESS(clique aqui) e de vários outros equipamentos, em um investimento estimado de 120 milhões de
dólares. Nessa época o Capitão da Força Aérea Brasileira Marcos Pontes foi o
escolhido para ser o primeiro astronauta brasileiro e realizou treinamento na
NASA para tripular um ônibus espacial, mas o acidente com o Columbia, que matou sete astronautas, atrasou
os planos. Ele foi mandado então para a Rússia, onde treinou pela Agência Espacial
ROSKOSMOS e acabou tripulando uma nave Soyuz
em 2006 na “Missão Centenário”, que comemorou os 100 anos do voo de Santos
Dumont no 14 Bis. Após sucessivos
atrasos na liberação de verbas e no pagamento das empresas desenvolvedoras, e a
opção em ir para o espaço com os russos, o país foi cortado do consórcio em
2007 pela NASA e suas associadas, sem conseguir cumprir com sua parte no
acordo. Hoje a bandeira do Brasil não figura mais entre as dos países membros
do projeto.